31 de maio de 2007

O desastre da política externa

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Especial para o WORLD NEWS EXPRESS
por Marcus Mayer
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Apesar da forma tímida, finalmente, o presidente Lula da Silva defendeu a democracia e a liberdade de expressão, durante cerimônia do 24º Congresso de Radiodifusão, ontem, em Brasília: "Se muitas vezes, depois de uma saraivada de más notícias, eu acho ruim, muito pior seria se não existisse democracia nesse país, para a imprensa dizer o que bem entende, na hora em que bem entende e ser julgada pelo único julgador, os ouvintes, os telespectadores e os leitores", afirmou o presidente.
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Infelizmente, o fechamento da maior e mais antiga rede de televisão da Venezuela, a RCTV, verdadeiro atentado contra a liberdade de expressão, cometido pelo idiota latino-americano Hugo Chaves, não tem sido tratado de forma responsável pelo ministério das Relações Exteriores.
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A Venezuela, país-membro do Mercosul desde julho de 2006 – aceitá-la como sócio-pleno já foi uma decisão desastrosa do bloco –, não atende às mínimas exigências do Protocolo de Ushuaia, de 1998, que prevê, já em seu artigo I, o seguinte: “a plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para o desenvolvimento dos processos de integração entre os Estados-Partes do presente protocolo”.
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A atual gestão no ministério das Relações Exteriores (MRE) é vergonhosa. Basta lembrar a irresponsabilidade cometida em relação ao patrimônio da refinaria da Petrobrás na Bolívia, a desastrosa empreitada de integrar o Brasil ao Conselho de Segurança da ONU, os retrocessos no Mercosul, o enterro da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), as fracassadas negociações na rodada Doha da OMC, o reconhecimento da China como economia de mercado, o descaso para firmar novos acordos bilaterais de comércio com a União Européia e com os Estados Unidos etc. etc.
Barão do Rio Branco
Além de tudo isso, até agora o Itamaraty não emitiu nenhuma nota oficial condenando a Venezuela, por enterrar a democracia e, provavelmente, não o fará, sob o atual governo. A razão para esse desastre – o maior da história das relações exteriores – encontra explicação na figura esdrúxula do secretário-geral do Itamaraty, o estafeta stalinista, Samuel Pinheiro Guimarães, artífice da política terceiro-mundista brasileira e destruidor da memória do ícone das relações internacionais no Brasil, o “grande” Barão do Rio Branco.
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A atuação de Samuel Pinheiro Guimarães, esse personagem abominável, porém, não exime de responsabilidades o chanceler Celso Amorim, o assessor-especial para assuntos internacionais da presidência da República, Marco Aurélio Garcia (defensor de primeira-hora da ditadura comunista de Fidel Castro), e o próprio presidente Lula da Silva, que sempre adularam o idiota Hugo Chaves.
Lula da Silva, Hugo Chaves e Celso Amorim
Para que se conheçam um pouco melhor os horrores que caracterizam o dinossauro do Itamaraty, expoente brasileiro do idiota latino-americano, em seu livro, “Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes”, Samuel Pinheiro Guimarães (foto) critica o país por ter assinado o “Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares”, em 1995, pede a retomada de investimentos em armamentos e maiores gastos no setor militar para garantir maior desenvolvimento. Somente com essas ‘qualidades’, Samuel Pinheiro já se credenciaria para ser chanceler na Coréia do Norte, em Cuba ou no Irã – jamais no Brasil!
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Em fevereiro, quando de sua demissão do posto de embaixador do Brasil em Washington, Roberto Abdenur, um dos mais experientes diplomatas dos quadros do Itamaraty, criticou de forma contundente a política externa e a doutrinação ideológica em curso no MRE, em entrevista à revista Veja.
Embaixador Roberto Abdenur
Perguntado como a doutrinação se manifesta no ministério, Roberto Abdenur respondeu o seguinte: “Há um sentimento generalizado de que os diplomatas hoje são promovidos de acordo com sua afinidade política e ideológica, e não por competência. Eu vi funcionários de competência indiscutível ser passados para trás porque não são alinhados. Há intolerância à pluralidade de opinião. O Itamaraty sempre teve um prestígio singular na diplomacia internacional pela continuidade da política externa, pelo equilíbrio, pela excelência de seus quadros e pelo apartidarismo. O Itamaraty precisa resgatar o profissionalismo a salvo de posturas ideológicas, de atitudes intolerantes e de identificação partidária com a força política dominante no momento”. A imposição ideológica, conforme Abdenur, é fato inédito: “nunca, nem na ditadura militar”, foram suas palavras na entrevista.
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Samuel Pinheiro é ridicularizado pelos seus pares. Chegou ao cúmulo de impor a leitura de obras preconceituosas, marxistas e ultrapassadas aos representantes do Itamaraty. A leitura era parte de um cursinho de duas semanas ao qual submetia todos os diplomatas a serem transferidos de posto. O viés ideológico das aulas, apelidadas no Itamaraty de "Escolinha do Professor Samuel", era inequívoco. Um dos livros traz um prefácio no qual o próprio Samuel Pinheiro ofende os Estados Unidos e trata de forma preconceituosa a ALCA.
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Responsável por promoções, transferências e pela formulação da política externa do governo petista, o perfeito idiota do MRE professa ideário inútil e ultrapassado do fim do século 19. Odeia a globalização, é contrário à abertura econômica, acredita no “imperialismo ianque” e adota como método de trabalho ampulheta e papel-carbono.
Ex-chanceler Celso Lafer
O embaixador Abdenur deixou claro, em sua entrevista à Veja, considerar "uma coisa vexatória" o fato de diplomatas de categoria serem "forçados a certas leituras quando entram ou saem de Brasília". Assim, também, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer, chanceler durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, endossa nossas observações. Disse concordar com todas as críticas feitas pelo ex-embaixador Roberto Abdenur ao modo como o governo conduz a política externa: “partilho inteiramente de suas impressões”, disse Lafer. “Coisas como essa indicação de livros a serem lidos, por diplomatas de ótima formação, são simplesmente vexatórias. O que Abdenur quer ressaltar é uma certa lavagem cerebral. Uma coisa muito ruim, que resulta numa diplomacia de qualidade discutível”.
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A repercussão da entrevista de Abdenur à revista Veja alcançou, no mínimo, um objetivo. O ministro Celso Amorim manifestou publicamente a intenção de modificar o sistema de leitura obrigatória de livros, imposta desde o início de 2004, pelo vice-chanceler Samuel Pinheiro.

Os adjetivos utilizados para 'qualificar' o secretário-geral do Itamaraty são 'amenos', quando confrontados com outros expressos por diplomatas com quem tive contato recente. Nenhum, porém, pelo fato do exercício das funções realizar-se em embaixadas no exterior, soube precisar se a medida de acabar com a absurda “Escolinha” fora colocada em prática. Do jeito como as decisões no MRE têm sido tomadas durante o governo Lula da Silva, não seria de estranhar se o vexame imposto aos diplomatas continuasse, na surdina.

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30 de maio de 2007

O Brasil no Mundo - Parte III

Você saberia relacionar as bandeiras abaixo com os seus respectivos países?

A não ser que tenha uma extraordinária memória, seja um expert em geopolítica ou trabalhe na Organização das Nações Unidas, é pouco provável que acerte todas, pois, em sua maioria, essas bandeiras pertencem a países com pouca expressão no âmbito internacional, exceto o último. Diante da dificuldade, vou dar uma dica: todos os países têm algo bastante em comum com o Brasil. Ficou mais fácil?

As bandeiras acima pertencem, na ordem, aos seguintes países: Namíbia, Lesotho, Botswana, Sierra Leoa, República Central Africana, Swazilândia, Bolívia, Haiti, Colômbia e Brasil. Você deve estar se perguntando o que têm em comum.

Coeficiente GINI

Em um ranking composto por 180 países, o Brasil é o décimo, atrás somente desses que foram citados, em desigualdade de rendimentos. Uma boa e outra má notícia: a má é que já fomos os campeões nesse quesito; e a boa é que conseguimos ser vencidos. Certamente, esse é o pior espelho do Brasil. Entre a população, são muitíssimos que têm pouco e pouquíssimos que têm muito. O uso do superlativo é necessário para refletir bem a situação.

A diferença de rendimentos entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres, no Brasil, é de 27,8 vezes, conforme cálculos das Nações Unidas. Se analisados os 10% mais ricos e os 10% mais pobres, essa diferença alcança as 57,8 vezes. Para que se possa compreender melhor essa triste realidade, na Europa Ocidental, a diferença se situa nas 5,04 vezes, em média; e nos EUA, nas 8,4.

Em 1912 o demógrafo italiano Corrado Gini criou um índice para medir a desigualdade social. Esse índice passou a se chamar »coeficiente Gini«. Conforme a tabela acima, coeficiente "0" representa perfeita igualidade econômica e "100" perfeita desigualdade. O Brasil apresenta coeficiente 58,0, de acordo com os dados da ONU. Dinamarca (24,7), Japão (24,9) e Suécia (25,0) apresentam os melhores coeficientes. Para visualizar a tabela completa, clique aqui.

Abaixo, reproduzimos um mapa mundial que destaca as diferenças de rendimentos, conforme cálculos do coeficiente Gini, realizados pelas Nações Unidas:

clique sobre o mapa para visualizá-lo em tamanho ampliado

Na legenda ao lado, o coeficiente Gini varia entre "0" e "1", sendo "0" a igualdade plena e "1" a desigualdade plena.

Para explicações mais detalhadas, a enciclopédia pública online, Wikipedia, apresenta informações precisas e completas a respeito do coeficiente e dos cálculos necessários para a determinação dos índices. O trabalho está publicado em inglês e é bastante confiável. Clique aqui para acessar.
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Leia também:
O Brasil no Mundo - Parte I (PIB)
O Brasil no Mundo - Parte II (PPP e Big Mac Index)

29 de maio de 2007


EDIÇÃO EXTRA
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VICE-MISS
A japonesa Riyo Mori (20), venceu o concurso de Miss Universo 2007, realizado ontem, na Cidade do México. A brasileira Natália Guimarães (22) ficou em segundo lugar. Páreo duro.

Miss Japan, Riyo Mori e Miss Brazil, Natália Guimarães / NBC
TELEFONOFOBIA
Deputados, senadores e empresários estão com medo de falar ao telefone, depois do resultado da Operação Navalha da Polícia Federal. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou existir uma área “sombria” entre aqueles que estão temerários com os grampos autorizados pela Justiça.
Sen. Renan Calheiros (PMDB-AL) / UOL
CARA-DE-PAU
O discurso do presidente do Senado, Renan Calheiros, para defender-se das graves acusações de corrupção não convenceu. Pelo contrário, a falta de argumentos demonstrou serem verdadeiras as denúncias da revista Veja. Qualquer cidadão processaria, por calúnia e difamação, um órgão de imprensa que divulgasse fatos tão graves, se não fossem verdadeiros. Não se ouviu palavra de Calheiros no sentido de mover processo contra a revista. Pediu desculpas à esposa e à família. Falta pedir desculpas ao Brasil e renunciar imediatamente.
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COVARDIA DA PM
Os baderneiros da USP continuam acampados na reitoria da universidade, desde o dia 3 de maio. Após 26 dias, o governador José Serra (PSDB-SP) e a reitora Suely Vilela ainda não conseguiram expulsar os invasores. A tropa de choque da Polícia Militar está autorizada pela Justiça a tomar providências necessárias e fazer os pseudo-estudantes mudarem de endereço: da Cidade Universitária direto para a cadeia.
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TORTURA
O tenente-coronel da PM do Rio de Janeiro, Antonio Borges Germano, flagrado através de grampo em conversa telefônica, defendeu a tortura de corruptos. O modelo, naturalmente, não é o mais adequado para combater a corrupção, mas que dá vontade de apoiá-lo, dá! Defendemos a transformação do crime de colarinho branco em ‘inafiançável’. Além disso, acabar com o privilégio de prisão especial para portadores de diploma de curso superior.
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IDIOTA AMEAÇADO
Poucas horas depois de ter tirado do ar o principal canal privado de televisão da Venezuela, a RCTV, o idiota latino-americano Hugo Chávez (foto) acusou outra grande emissora de TV de incitar o seu assassinato.

Leia mais sobre essa notícia no site da BBC-Brasil
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28 de maio de 2007


Weeckly News - 28/MAI/2007 -

Aliados: Lula da Silva e Renan Calheiros
CANALHA ALIADO
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), denunciado pela revista Veja por seu envolvimento no último escândalo de corrupção, recebeu telefonema de solidariedade do presidente Lula da Silva. É impressionante o gosto do presidente brasileiro por parceiros políticos que tanto envergonham a Nação. Dá para entender o porquê de o presidente pedir à Polícia Federal que evite "excessos".

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OPOSIÇÃO DE ME...IA-TIGELA
O mínimo que se esperaria da oposição – PSDB e DEM – seria a exigência de renúncia imediata do presidente do Senado, mesmo que não fosse vitoriosa. Com as brechas jurídicas existentes, a corrupção está tão banalizada no Brasil, que a permanência dos envolvidos com escândalos em seus cargos não causa mais estupefação.
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BASE ALIADA
O tamanho da base de apoio ao governo não tem precedentes desde a redemocratização do país, alertou, em artigo para o jornal O Estado de S.Paulo, o ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza (PSDB-SP). Por que será?
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CULPADOS
A CPI do apagão aéreo já tem informação suficiente para concluir que a crise no setor é de responsabilidade das autoridades. As deficiências do sistema e os problemas para o perfeito exercício da função dos controladores são conseqüência de má gestão. Conclui-se que a culpa pelas mortes ocorridas no choque entre o boeing da Gol e o jato Legacy é inteiramente do governo.
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CRIME DE RESPONSABILIDADE
Nosso blog pergunta por que não se aplica processo por ‘crime de responsabilidade’ contra as autoridades envolvidas na crise do setor aéreo, e até contra o presidente da República, que sempre estiveram cientes das deficiências que poderiam causar um grave acidente, conforme já relataram os controladores de vôo (?) – mesmo sob a lei da mordaça imposto pelo ministério da Defesa.
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IMPERIALISMO BRASILEIRO
“Brasil, un país imperialista y explotador”, foi o título do editorial do jornal ABC, o maior do Paraguai, no domingo passado. Esse é o resultado da pior política externa já adotada na história brasileira pelo ministério das Relações Exteriores, sob o comando do chanceler Celso Amorim e de seu ‘estafeta vermelho’, Samuel Pinheiro Guimarães.
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FIASCO INTERNACIONAL
O ministério das Relações Exteriores só faz retroceder a política externa brasileira. Jamais foi visto tanto fiasco. O Mercosul está paralisado – exceto pelo ingresso do idiota latino-americano Hugo Chaves no bloco – o projeto da Alca foi enterrado, nenhum acordo bilateral de comércio foi assinado e a posição do Brasil na rodada Doha da OMC está cada vez mais fraca.
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ERRADICAÇÃO DO TERRORISMO
O Líbano está enfrentando um dos piores confrontos internos, desde o término da guerra civil há 17 anos. O primeiro-ministro do Líbano, Fouad Siniora, afirmou que o governo libanês não vai "se render ao terrorismo" e vai trabalhar para erradicá-lo.

Nadine Njeim, Miss Líbano

OMISSÃO
Druzos, cristãos e muçulmanos podem conviver pacificamente sob a mesma bandeira, mas esse parece não ser o desejo de terroristas fanáticos, estimulados e financiados pela Síria e pelo Irã. Aonde estão a ONU e os Estados Unidos nesse momento dramático que vive o Líbano?
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Em homenagem ao querido país, convidamos nossos leitores a uma viagem pelo belíssimo álbum de fotografias do Líbano. Clique aqui para acessá-lo.

Beirute: Hamra Street


ELEIÇÕES NA ESPANHA
O Partido Popular (PP), do ex-primeiro-ministro Jose María Aznar, ganhou as eleições municipais realizadas no domingo, na Espanha. Os resultados são importantes não só pelas mudanças locais e regionais que representam, mas também pelo valor indicativo do apoio com o qual contam socialistas e conservadores para as próximas eleições gerais, previstas em princípio para março. AGÊNCIA EFE
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FIM DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
A emissora de maior audiência na Venezuela e única rede de televisão que fazia oposição ao governo do idiota latino-americano Hugo Chaves, a RCTV, foi fechada. Com isso, a ditadura dá mais um grande passo e acaba definitivamente com o direito de expressão. A emissora, que dará lugar a uma estatal, já está ocupada pelo exército.
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R$ 2 BILHÕES DA USP
A crise na Universidade de São Paulo foi muito bem exposta na reportagem da revista Veja SP, que classificou o movimento dos ‘pseudo-estudantes’ como baderna oportunista. O decreto do governador Serra, que merece o apoio de todos os brasileiros, exige transparência nos gastos, através da publicação diária de todas as despesas no Siafem (Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios), do orçamento bilionário das universidades públicas. Somente a USP recebeu R$ 1,9 bilhão, em 2005.
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IDIOTAS E BADERNEIROS
Sugerimos aos colegas da USP que ocupam a reitoria, que solicitem transferência para alguma universidade pública da Venezuela ou de Cuba. Lá, certamente, realizariam o sonho revolucionário e estariam na companhia de grandes idiotas que, inclusive, conseguiram chegar à presidência. Estendemos nossa proposta a todos os ‘pseudo-educadores’ que apóiam a baderna.
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RIO E PAN
Uma pesquisa da Fecomércio-RJ apurou que 66% dos cariocas acreditam que a cidade ficará mais segura durante os Jogos Pan-Americanos. Só que, assim que os atletas forem embora, tudo voltará a ser como antes. Apenas 3 % acreditam que a tranqüilidade persistirá após os jogos. "Que otimismo!", disparou Ancelmo Góis, em sua coluna no jornal carioca O Globo.

GP de Mônaco de F1
SEGUNDO PILOTO
O ótimo desempenho da McLaren-Mercedes permitiu a Fernando Alonso assumir a liderança do campeonato de Fórmula 1, após sua vitória no GP de Mônaco. Para atingir o feito, contudo, a equipe trabalhou para evitar que Lewis Hamilton (2º) ultrapassasse o espanhol, seja através de estratégia de box ou tentativa de ultrapassagem na pista. Após esse final de semana, apesar de todo o talento que já demonstrou nas pistas, Hamilton já se sente como segundo piloto da equipe.
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SENNA

"Schumi ha i numeri, Senna il cuore".
Quase de 3,6 milhões de pessoas do mundo todo já votaram numa enquete do jornal italiano Corriere de la Sera, para escolher o melhor piloto de Fórmula 1 de todos os tempos. O brasileiro Ayrton Senna tinha 65,4% dos votos, contra 31,2% de Schumacher, 2,4% do argentino Juan Manuel Fangio e 0,9% de Alain Prost. Vote aqui.
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CANNES

O filme romeno "4 Months, 3 Weeks and 2 Days" ("4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias"), de Cristian Mungiu, foi o ganhador da Palma de Ouro do 60º Festival de Cannes.Mayermayer
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FRASE

“No Brasil a polícia é banana e a Justiça é mamão:
banana prende, mamão solta.”

pelo chargista Nani, para o Jornal do Brasil
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Um Brasil que poucos conhecem

O Brasil é um país de dimensões tão vastas que é quase impossível conhecer todas as suas idiossincrasias. Minha amiga de longa data, a educadora Gláucia Melasso, diretora do Movimento de Educação de Base, relata no artigo abaixo uma insólita experiência pela qual passou numa reserva indígena.

A constatação da miséria encontrada é mais um triste capítulo história da desigualdade social que reina no Brasil. Todavia, o texto expressa claramente o trabalho árduo de educadores que ousam aventurar-se por regiões pobres que ainda necessitam de muitos esforços governamentais e privados para erradicar o analfabetismo.


Onde estávamos no dia 8 de setembro próximo passado

por Gláucia Melasso *


No dia 08 de setembro é comemorado o Dia Internacional da Alfabetização. Entretanto, o MEB (Movimento de Educação de Base), organização que dirijo, só foi se dar conta do significado da data quando o dia quase anunciava seu fim. A nossa equipe pedagógica encontrava-se acampada na Reserva Indígena dos Xacriabás, fazendo visitas a turmas de alfabetização de jovens e adultos, entrevistas e fotografias da realidade local e algumas reuniões com alfabetizadores e supervisores atuantes. Passamos, então, a fazer o relato de nossa experiência nos dias 07 e 08 de setembro:

"Guernica", de Pablo Picasso, 1937

7 de setembro, 12h30
Crianças e animais correndo pela terra seca e vermelha, sem vegetação, homens e mulheres vestindo calças jeans e camisetas bastante rotas e chinelos de plástico, pequenas construções de alvenaria, alguns barracos, uma pequena escola e duas mercearias, passavam a impressão de que estávamos chegando em mais uma zona pobre de periferia urbana e nunca em uma Reserva Indígena.

O meio-dia quente e poeirento na sede da Reserva lembrava Guernica de Picasso. Não que o ambiente fosse hostil a ponto de lembrar uma guerra, mas a associação com tristeza, desolação e falta de perspectivas deixava a impressão do dia seguinte de um campo de batalha.

Leia a continuação do artigo clicando aqui

* Gláucia Melasso, educadora, é diretora do Movimento de Educação de Base (MEB) e atua como assessora de Planejamento e Relações Institucionais.

gláucia

27 de maio de 2007

"El regreso del Idiota" - parte I

O texto a seguir é um ensaio de Alvaro Vargas Llosa, B.S.C. em História Internacional pela London School of Economics, Diretor do Centro para Prosperidade Global do "Indepent Institute", publicado na revista "Veja" de 9/5/2007. O autor é filho do renomado escritor peruano Mario Vargas Llosa.

Com efeito, a razão para a publicação do artigo é a medida autoritária do presidente venezuelano - o perfeito idiota latino-americano, Hugo Chaves - de fechar a rede privada de televisão RCTV. Apesar da extensão do texto, o ensaio é de altíssima qualidade e permitirá ao leitor compreender o retrocesso que vive parte da América Latina, com seus governantes autoritários, representantes da esquerda populista. Boa leitura!


O retorno do Idiota

por Alvaro Vargas Llosa *


Durante o século XX, os líderes populistas da América Latina levantaram bandeiras marxistas, praguejaram contra o imperialismo e prometeram tirar seus povos da pobreza. Sem exceção, todas essas políticas e ideologias fracassaram, o que levou ao recuo dos homens fortes. Agora, uma nova geração de revolucionários tenta ressuscitar os métodos ineficazes de seus antecessores.

Na reunião de Los Panchos: Chávez, Morales e o cubano Carlos Lage são expoentes da esquerda ainda presa à mentalidade da Guerra Fria. Outra esquerda, que governa no Chile e no Brasil, tenta evitar os erros do passado

Dez anos atrás, o colombiano Plinio Apuleyo Mendoza, o cubano Carlos Alberto Montaner e eu escrevemos o "Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano", livro que criticava os líderes políticos e formadores de opinião que, apesar de todas as provas em contrário, se apegam a mitos políticos mal concebidos. A espécie "Idiota", dizíamos então, era responsável pelo subdesenvolvimento da América Latina. Tais crenças – revolução, nacionalismo econômico, ódio aos Estados Unidos, fé no governo como agente da justiça social, paixão pelo regime do homem forte em lugar do regime da lei – tinham origem, em nossa opinião, no complexo de inferioridade. No fim dos anos 1990, parecia que os idiotas estavam finalmente em retirada. Mas o recuo durou pouco. Hoje, a espécie retornou na forma de chefes de estado populistas empenhados em aplicar as mesmas políticas fracassadas no passado. Em todo o mundo, há formadores de opinião prontos a lhes dar credibilidade e simpatizantes ansiosos por conceder vida nova a idéias que pareciam extintas.

Por causa da inexorável passagem do tempo, os jovens idiotas latino-americanos preferem as baladas pop de Shakira aos mambos do cubano Pérez Prado e não cantam mais hinos da esquerda, como A Internacional e Hasta Siempre, Comandante. Mas eles ainda são os mesmos descendentes de migrantes rurais, de classe média e profundamente ressentidos com a vida fútil dos ricos que vêem nas revistas de fofocas, folheadas discretamente nas bancas. Universidades públicas fornecem a eles uma visão classista da sociedade, baseada na idéia de que a riqueza precisa ser tomada das mãos daqueles que a roubaram. Para esses jovens idiotas, a situação atual da América Latina é resultado do colonialismo espanhol e português, seguido do imperialismo dos Estados Unidos. Essas crenças básicas fornecem uma válvula de segurança para suas queixas contra uma sociedade que oferece pouca mobilidade social. Freud poderia dizer que eles têm o ego fraco, incapaz de fazer a mediação entre seus instintos e a sua idéia de moralidade. Em lugar disso, suprimem o conceito de que a ação predatória e a vingança são erradas e racionalizam a própria agressividade com noções elementares do marxismo.

Os idiotas latino-americanos tradicionalmente se identificam com os caudilhos, figuras autoritárias quase sobrenaturais que têm dominado a política da região, vociferando contra a influência estrangeira e as instituições republicanas. Dois líderes, particularmente, inspiram o Idiota de hoje: os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia.

Chávez é visto como o perfeito sucessor do cubano Fidel Castro (a quem o Idiota também admira): ele chegou ao poder pelas urnas, o que o libera da necessidade de justificar a luta armada, e tem petróleo em abundância, o que significa que pode bancar suas promessas sociais. O Idiota também credita a Chávez a mais progressista de todas as políticas – ter colocado as Forças Armadas, paradigma do regime oligárquico, para trabalhar em programas sociais. De sua parte, o boliviano Evo Morales tem um apelo indigenista. Para o Idiota, o antigo plantador de coca é a reencarnação de Tupac Katari, um rebelde aimará do século XVIII que, antes de ser executado pelas autoridades coloniais espanholas, profetizou: "Eu voltarei e serei milhões". O Idiota acredita em Morales quando ele alega falar pelas massas indígenas, do sul do México aos Andes, que buscam reparação pela exploração sofrida em 300 anos de domínio colonial e outros 200 anos de oligarquia republicana.

Para ler a continuação deste excelente artigo, clique aqui.

* Alvaro Vargas Llosa, autor, junto com o colombiano Plinio Apuleyo Mendoza e o cubano Carlos Alberto Montaner, do livro "Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano", é diretor do Centro para a Prosperidade Global do Instituto Independente, em Washington. O texto foi reproduzido com permissão do Foreign Policy nº 160 (maio/junho 2007) pela revista VEJA – www.foreignpolicy.com. Copyright 2007, Carnegie Endowment for Internacional Peace.

25 de maio de 2007

O Brasil no Mundo - Parte II

PPP e “BIG MAC INDEX”

No último dia 16, reeditamos o ranking das maiores economias do mundo, em função do »Produto« – ou seja – a soma de todas as riquezas produzidas em determinado período. Observamos que o Brasil está muito bem ranqueado, como 10ª potência econômica do planeta. Contudo, nossa população »não« é a décima mais rica. Muito pelo contrário, a renda per capita de US$ 6.220,22 ao ano é tragicamente baixa. Nesse quesito, o Brasil está na 62ª posição.


No intuito de melhor refletir a realidade, em função da variação da base de preços, o poder de compra da população dos países é definido por um índice denominado Purchasing-Power Parity (PPP). Distintamente do critério de cálculo do PIB per capita, o PPP leva em consideração a valorização da moeda corrente em relação aos preços praticados no mercado doméstico de cada país.

Tanto uma cesta de produtos quanto um único item podem ser levados em consideração para a definição do índice. Em 1986 a revista The Economist criou o “Big Mac Index”, um indicador baseado na “paridade do poder de compra” ou PPP, em função do preço do sanduíche Big Mac, padronizado na rede mundial de fast-food McDonald’s. Esse índice também é utilizado para medir a valorização ou a depreciação de uma moeda frente à outra.

Observe-se, abaixo, a mais recente tabela divulgada pela The Economist, em março de 2007 (tomando por base o preço do Big Mac, em 25 de março de 2006):

Clique com o lado direito do mouse sobre a tabela,
para visualizá-la ampliada em outro janela

Como interpretar a tabela:

Dividindo-se o preço do produto na moeda local pela cotação do câmbio, chega-se ao do preço do sanduíche em dólares. No caso brasileiro:

Preço em moeda local / câmbio = preço em dólar
R$ 6,40 / R$ 2,0354 = US$ 3.1443

Observe-se, inicialmente, que o sanduíche é US$ 0.04 (quatro cents) mais caro que nos EUA. O preço no Brasil também é mais elevado que em todos os países emergentes. Perde somente para a Suíça (onde custa US$ 5,22), a Suécia, os países da Zona do euro, a Nova Zelândia e o Canadá.

A etapa seguinte é o cálculo do Purchasing-Power Price (preço em função do poder de compra), obtido através da divisão do preço do sanduíche na moeda local pelo preço em dólares.

Preço em dólar / preço nos EUA = PPP
R$ 6,40 / US$ 3.10 = 2,06

O índice encontrado na etapa anterior servirá agora para identificar eventual discrepância na taxa de câmbio doméstica. Será possível observar o percentual de valorização ou desvalorização em relação ao dólar, levando-se em consideração os preços praticados no país (no caso da nossa análise, o preço do sanduíche Big Mac). A equação a ser utilizada é a seguinte:

[(PPP – taxa de câmbio) / taxa de câmbio] x 100 = Valorização
[(2,06 – 2,0354) / 2,0354] x 100 = 1,2%

No cálculo do exemplo brasileiro, observa-se uma valorização excessiva de 1,2% do valor do real em relação ao valor do dólar, tomando-se por base, exclusivamente, o PPP do sanduíche Big Mac. O inverso ocorre na China (-56%), que conserva o yuan dramaticamente desvalorizado em relação ao dólar, com o objetivo de atender a sua política de exportações. Imagine-se que a China resolvesse exportar sanduíches Big Mac, certamente, nenhuma outra filial da rede conseguiria sobreviver a essa concorrência.

A revista The Economist criou o Big Mac Index, do qual é possível tirar diversas conclusões através da análise do perfil econômico da população dos distintos países que, com seus respectivos salários e suas moedas nacionais, consomem o produto em questão. Em uma economia uniforme, na qual as diferenças de renda não são elevadas, o índice é bastante preciso. No Brasil, país no qual a disparidade na distribuição de renda é dramática, naturalmente, o índice é mais sensível entre os "abastados" clientes da rede de fast-food.

PPP per capita

O World Economic Outlook, do Fundo Monetário Internacional também apresenta em suas tabelas de estatísticas um ranking mundial do PPP per capita. A previsão do fundo para 2007 é que o Brasil fique em 72º lugar, entre os 180 países avaliados. Não é difícil de entender o porquê: os preços, conforme visto no exemplo do Big Mac são elevados e os salários são baixos. Conforme o Dieese, o Salário Mínimo mensal precisaria ser de R$ 1.620,89 para conseguir comprar uma cesta básica.

Recorde-se o período no qual 1 real valia 1 dólar. Nesta época morava em Genebra, uma das cidades mais caras do mundo. Lembro-me, porém, que muitos dos preços praticados no Brasil, quando convertidos em francos suíços (SFr) eram mais elevados do que na própria Suíça. Naturalmente, a moeda brasileira estava excessivamente valorizada. A não-flutuação do câmbio, como explica o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, serviu como âncora para a estabilização de preços e, por conseqüência, para contenção da inflação.

Hoje, exportadores queixam-se do câmbio com certa razão. Todavia, o problema maior não está na valorização do real frente ao dólar, mas na brutal carga tributária que incide sobre a produção. No primeiro quadrimestre de 2007 o governo bateu mais um recorde de arrecadação de impostos: R$ 300 bilhões. Mas esse é um tema para outros artigos.


24 de maio de 2007

Cidade-Maravilhosa por R$ 45 mil

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O "passeio" de Fernandinho Beira-Mar, hoje, ao Rio de Janeiro, segundo reportagem do Jornal do Brasil, teria custado R$ 45 mil, conforme estimou a Federação Nacional dos Policiais Federais, aos cofres públicos. Além dos governantes, será que algum contribuinte concorda com essa destinação do dinheiro de seus impostos? - Eu, não!

Por isso, considero como solução definitiva para o problema penitenciário, no Brasil, sua total privatização. Como seria satisfatório vislumbrar os 'lalaus', 'delúbios' e 'beira-mares' quebrando pedras ou costurando uniformes escolares em um presídio particular, onde renderiam lucro para a sociedade. Lembremo-nos que além da ressocialização e da remuneração à qual teriam direito os presos, as 'empresas-penitenciarias' ainda pagariam impostos. Mas isso já é sonhar muito...
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Novas tecnologias

Fiquei muito bem impressionado com as fotos publicadas no site icarros, de "caminhões do futuro". Vale uma visita ao link.


Do blog de Reinaldo de Azevedo

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Segue abaixo, na íntegra, texto publicado por Reinaldo de Azevedo (foto) em seu blog, no site da revista VEJA. O blog expõe o debate, desde o dia da invasão do prédio da reitoria da USP, através de diversos textos muito interessantes do articulista, bem como de diálogos que tem mantido com alunos da universidade - entre eles, aqueles que estão a favor do movimento e outros que são contrários. Vale a pena dar uma lida nos diversos posts, clicando sobre os links dos textos de arquivo do mês de maio. Divertidíssimo!

"Por que tantos odeiam a FEA-USP?
É fascinante!

Vocês não sabem a quantidade de comentários que chegam esculhambando a FEA — a Faculdade de Economia e Administração — da USP. Por quê?

Estive lá dia desses. Com efeito, nem parece a USP — como diria Lula de certo país africano — de tão limpinha. Tive de caminhar de um prédio pra outro, até me encontrar com um professor. Passei antes no banheiro para ajeitar o colarinho, lavar o rosto. Estava tudo muito aceitável. Não reparei, mas acho que havia ar condicionado no saguão. Não me lembro de ter sentido calor. Não há aquele cinza-concreto com pichação — misto de Alemanha Oriental pré-queda do Muro com Paris de 1968 —, que tão bem caracteriza certos prédios da universidade. A FEA excita a imaginação dos que pretendem fazer arranca-rabo de classes entre os estudantes.

E como é que se chegou àquele estágio. “Ah, esses mercenários recebem dinheiro privado por meio das fundações”.É mesmo, é? Que crime, não? Quer dizer que o “merrrcado” se interessa, por exemplo, pelos números da Fipe? Ainda bem! Mas não só o merrrcado. Também o trabalhadores. Seus índices de inflação já serviram de argumento para muita reivindicação sindical. A Fipe foi uma das primeiras fundações a se interessar por microeconomia no Brasil — ou pela chamada “economia real”. Universidades no MUNDO INTEIRO — anotaram aí a expressão “MUNDO INTEIRO?” — prestam esse tipo de serviço. E são, sim, remuneradas. E aplicam o que recebem na melhoria das condições de ensino e de pesquisa.

Por que é que a Fefeléchi não tem, até hoje, um instituto de pesquisas? O que fazem os seus sociólogos que não se encarregam de criar um? Falta dinheiro? Ora, se há expertise ali, se há competência, o dinheiro aparece: vem da iniciativa privada. O capitalismo se interessa pela ciência. O problema é que boa parte do rebanho da Fefeléchi, liderado por carneiros lesos, está interessada em destruir o capitalismo. Por que não se juntam os sociólogos dali com os especialistas em estatística do IME para criar uma robusta fundação, um DataBrasil, um DataUSP? Ah, e quem vai cuidar do socialismo enquanto essa gente trabalha? Entendo. Com a quantidade de professores versados nas mais diversas línguas que têm as Letras — têm, não têm? —, por que não se cria uma fundação para a edição de livros, oferecendo aos brasileiros traduções ainda fora do alcance dos nativos? Será que isso tudo tem de ser financiado com dinheiro público?

Acontece que a casta universitária pretende ter criado a Exceção Brasileira. Ela não quer contato com o mundo real. Pior do que isso: censura quem se organiza para enfrentar com competência o mundo moderno. Conheço a FEA. Conheço gente que dá aula ali. Conheço alunos. Meu sobrinho mais velho cursa o segundo ano de Economia. De fato, nem parece a África... E não que faltem esquerdistas. Até sobram. Vi dia destes o material de certa disciplina, que ele me apresentou. É de chorar. Marxismo vagabundo. Mas também há outras influências. Ele não é de esquerda — diriam os comunistas que se trata de um jovem de direita, que até gosta de estudar; um pecado! —, mas não se sente oprimido nem pelo pensamento único nem por tetos que desabam sobre a cabeça.

E, no entanto, qual é o principal alvo das Mafaldinhas e Remelentos? A FEA, a faculdade dos burgueses — e também a Poli. Tudo porque essas faculdades descobriram que existe o mundo real. O que essa gente quer é dinheiro do estado burguês para que eles possam, na universidade, brincar de revolução; brincar de destruir... o estado burguês. Deve haver muitos defeitos na FEA. Sempre há. Mas ainda é o melhor modelo para a USP. E dona Suely, reitora da universidade, infelizmente, não concorda comigo.

PS: A propósito: reparem que os “intelequituais” das humanas, que fazem sua carreira pregando a rebelião, escolhem editoras privadas para publicar seus livrinhos — ou livrões, né, Marilena Chaui? —, que ninguém é de ferro. Para os coitadinhos que alisam os bancos, socialismo. Para os mestres do socialismo, o bom e velho capitalismo.

Pode ser cansativo desmoralizar essa gente ainda mais. Mas é necessário."
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23 de maio de 2007

Nossos leitores

Tal qual o nosso blog - que procura tratar de assuntos de áreas diversas - o perfil de nossos leitores também é bastante variado, consideradas as suas áreas de atuação, idade e interesses. Porém, todos têm algo em comum: desejam um Brasil e um mundo melhores, e querem fazer algo para que esse anseio não permaneça somente como frase de efeito.

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FRANCISCO GUIMARÃES (42), empresário, e detentor de uma das melhores memórias que já conheci – é um HD ambulante – destacou uma matéria da revista VEJA, da qual tenho vaga lembrança, que produzia os seguintes dados: 70-80% dos brasileiros (pode-se confiar nos números de Xico!) não lembram em quem votaram. Sugeriu à Folha, por carta dirigida à redação, que adotasse medida semelhante à do Miami Herald, da Flórida, que publica diariamente “como senadores e deputados distritais tinham votado nos assuntos do dia anterior, em suas respectivas Casas”.

A idéia é excelente e, a partir de agora, iniciaremos uma campanha para que a população, através dos maiores órgãos da imprensa, acompanhe os trabalhos dos parlamentares nos três níveis do legislativo (Câmara Municipal, Assembléia Legislativa e Congresso Nacional). O caminho para viabilizar essa iniciativa consta na parte final desse post, sob o título “Fundação”.

Outra sugestão de Guimarães será acatada: a busca por um “Sarkozy brasileiro”. A coligação que apoiou o candidato Geraldo Alckmin para a Presidência nas últimas eleições teve vergonha de defender a privatização e a diminuição da interferência do estado na economia. O estado não consegue nem solucionar os problemas com corrupção, saúde, educação e segurança, mas adora administrar cabides de emprego estatais para distribuí-los entre sua corja.
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HAMER NASTASY (32), doutor em Psiquiatria e graduando em Filosofia pela USP, ofereceu apoio a nossa iniciativa de buscar soluções e alternativas para o problema enfrentado pela Universidade de São Paulo, principalmente a FFLCH.

Nosso colega de curso classifica a “ocupação da reitoria” da Universidade, por parte de um grupo de pseudo-estudantes, militantes de partidos políticos extremistas, como atitude inglória: “produzem mais calor do que luz, estão aderidos a modelos antiquados e já, repetidas vezes, reconhecidos por sua ineficiência”.

Bandeiras vermelhas durante protesto de 'estudantes' na av. Paulista

A participação de Nastasy, com seu lúcido diagnóstico sobre a má formação – no lugar da simples falta de informação – dos manifestantes, será de fundamental importância para a condução da universidade para um novo horizonte. Espero que aceite participar desse grande projeto para a educação em nosso país.
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GABRIEL SOUZA (24), estudante de Letras da USP, um verdadeiro cético em relação às boas intenções de nossos governantes, diversas vezes se manifestou em nosso blog e contribuiu para oferecer pautas para nossos artigos. Mostrou-se indignado com a medida da Câmara Municipal de São Paulo, de criar projeto que elevou substancialmente as despesas dos gabinetes dos vereadores.

Souza participa ativamente da campanha pela “Lei Cidade Limpa” e é seu o crédito pelas diversas fotos tiradas do escritório político - e da excrescência - do deputado Campos Machado (PTB), na avenida Nove de Julho, caminho pelo qual passa quase todos os dias em direção do campus Butantã da USP.
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RON GROO (33), despachante Documentalista, é um leitor que se tornou comentarista freqüente de nosso blog – participação que retribuímos com muito prazer, dado nosso gosto pela literatura, pelo esporte automotor e pelo bom humor. Nem sempre nossas opiniões coincidem, a exemplo do que ocorre com o leitor Gabriel Souza, mas essa diferença contribui extraordinariamente para o nosso aperfeiçoamento.

Seguindo a linha do que comentava Guimarães (ver acima), Groo nos dá exemplos de democracias nas quais os representantes do povo não são remunerados. O exercício da função pública, naturalmente, deve ser executada somente por aqueles que desejam o bem da sociedade e não por aqueles que visam exclusivamente ao próprio bolso.

Ron Groo repudia, como nós e quase a toda a civilização mundial, o horror praticado pelo presidente dos Estados Unidos, George Bush. Também é cético em relação às iniciativas dos governadores dos três maiores estados da federação, SP, RJ e MG. Essa reprovação nos remete para uma posição de alerta ainda maior, com escopo de não nos iludirmos facilmente com medidas governamentais sem consistência.
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GLÁUCIA MELASSO (39), assessora de Planejamento e Relações Institucionais, nos agraciou com um comentário proveniente de Brasília. Como diz nosso banner principal, procuramos fazer uma análise dos fatos do Brasil e do mundo sob um “prisma liberal”, com o qual nossa amiga e leitora não se entusiasma muito, mas nos incentiva a aperfeiçoar sempre no que concerne à “dinamicidade do noticiário” e à “maturidade dos comentários”.
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ALEXANDRE ZUM
(40), engenheiro, recebeu com alegria a notícia de que a Policia Federal realiza um belo trabalho de caça aos corruptos, bem como pelo fato de o Brasil, talvez, conquistar o investment grade das agências de classificação de risco país.
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COSTA JR. (...), professor de (...), destacado defensor da “liberdade de expressão” e “dos direitos democráticos” não concorda com a nossa posição em defesa da descriminalização do aborto, mas debateu respeitosamente a questão em seu blog e nos incentiva a ver sempre o outro lado da questão. As notícias que publica no blog Notícias do Planalto também são sempre atualizadas e têm a característica de denunciar desmandos dos políticos, de pertinho da fonte, no Planalto Central.
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FELIPE MACIEL
(18), estudante, ensinou a criar uma enquête (que estreamos hoje) para o blog e contribui para que nos mantenhamos atualizados em nosso esporte preferido, a Fórmula 1, ao que retribuímos com algumas informações e notícias da política, da economia e do mundo - de um modo nem tão light quanto são as notícias do esporte.
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RICARDO PIRES (41), comandante da Aeronáutica, chamou nossa atenção para a questão da "soberania nacional", assunto importante a respeito do qual ainda escreveremos um artigo. Vamos ver qual será a visão de um autêntico representante das Forças Armadas, em tempos de democracia.
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E tantos leitores que aqui chamamos carinhosamente de OUTROS que nos enviam e-mails de incentivo e ANÔNIMOS de todas as partes do Brasil e do mundo, visualizados pelo Site Meter (que indica as visitas recebidas pelo blog) que, esperamos, com o tempo, conquistemos para também postarem os seus comentários.
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FUNDAÇÃO

Seguindo sugestão de Reinaldo de Azevedo, colunista de VEJA, a partir dos próximos dias, vamos nos empenhar na criação de um "DataUSP", uma fundação vinculada à FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), conforme anunciamos em nosso post "A crise na USP", em 19/05 (leia o artigo clicando aqui).

Uma das atividades da Fundação será o acompanhamento constante de todas as atividades parlamentares, com fornecimento das informações para os maiores órgãos da imprensa nacional, além da veiculação dos dados, de forma didática, em site na Internet.

Outra ocupação (está na moda!) do "DataUSP" será a tradução de livros, atividade na qual o Brasil é extremamente carente, considerado o acervo de obras importantes traduzidas para a Língua Portuguesa. A situação é vergonhosa, se comparada com o número de boas traduções para o espanhol.

Naturalmente, já temos um elenco bastante largo de atividades com as quais a Fundação poderá se preocupar (nem todas descritas aqui), bem como as fontes de financiamento, ávidas pelo trabalho que será executado por estudantes e profissionais das áreas de Ciências Sociais, Geografia, História, Filosofia, Letras, Biblioteconomia etc.

A sugestão de integrar o IME, Instituto de Matemática e Estatística, bem como a FIPE, Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - dois órgãos da Universidade de São Paulo -, como sugere Reinaldo de Azevedo, será estudada com muito carinho, de tal forma que se obtenha total êxito na empreitada.

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Contrastes

O Silas ‘rodou a baiana’

CRÉDITO: Agência Brasil
E não poderia ser diferente. O escritor Mario Prata definiu a expressão como ‘enfezar-se’ ou ‘dar um escândalo público’. Assim aconteceu com o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. Que falta de vergonha: queria continuar no cargo depois de ser apontado como beneficiário do esquema de fraude em licitações. Conforme noticiado no site Folha Online, o escândalo começou a respingar em Rondeau quando a PF prendeu, durante a Operação Navalha, Ivo Almeida Costa, que era assessor especial de seu gabinete.


Uma história parecida, na Suíça

O parágrafo que acabo de escrever acima, acicatou minha memória para um fato ocorrido na época em que ainda morava em Genebra. Comprei um exemplar da revista quinzenal de política e economia, l’Hebdo, uma espécie de Veja da Suíça francesa. Logo ao folhá-la estranhei a quantidade de páginas (aprox. 30 - quase metade da edição) dedicadas a um único deputado nacional. Ao começar a ler a matéria descobri tratar-se de uma espécie de “direito de resposta”.

Não mais me lembro do nome do parlamentar, mas recordo perfeitamente alguns detalhes do conteúdo da publicação, que muito chamaram a minha atenção. A revista esclarecia ter cometido um grave engano ao divulgar o envolvimento do deputado em um eventual caso de corrupção – até na Suíça acontecem dessas coisas(!). Logo que seu nome fora envolvido no caso, o parlamentar afastou-se da função, como é praxe. O caso foi levado à Justiça e o deputado reassumiu o cargo após sua absolvição. Alguns poderiam desconfiar que a justiça de lá falhara, mas não foi esse o acontecido. A própria revista reconheceu o erro, desculpou-se publicamente, e o parlamentar teve o direito de expor a defesa, narrando sua história no dobro de páginas que continham as anteriores acusações.


O que concluo dessa história, em comparação ao que acontece no Brasil, é que o afastamento do cargo é algo natural e óbvio, quando do envolvimento de um servidor público em escândalo de corrupção. Aqui é muito comum apelar para a famosa “suposição de inocência até que se prove o contrário”. Isso é uma vergonha(!), como diria o jornalista Boris Casoy (foto). Na política, essa prerrogativa só estimula o festival de caras-de-pau.


Esse tema, tratando da ética na política, é tão interessante que, amanhã publicarei um artigo com detalhes a respeito da conduta de “representantes do povo” em alguns outros países. Sempre me interessei pelo assunto e procurei conhecer as idiossincrasias da política de países por onde passava, às vezes, vivendo durante um certo tempo. Serão alguns relatos e constatações surpreendentes!


22 de maio de 2007

A complicada tarefa de administrar São Paulo

CRÉDITO: Marcio Rodrigues - Veja SP
Em diversos posts elogiei iniciativas do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), na foto ao lado, mormente a “Lei Cidade Limpa”, que visa a acabar com a poluição visual no município de São Paulo. Em nossa recente coluna WEEKLY NEWS dedicamos dois blocos a projetos da Prefeitura. O primeiro destacou o incentivo fiscal oferecido às empresas que se instalarem na região da Nova Luz, antiga “cracolândia”, no centro antigo da cidade. O outro bloco foi dedicado ao plano do secretário de Subprefeituras, Andrea Matarazzo, de revitalizar a região do Parque Dom Pedro.

Estação da Luz
Certamente, todo paulistano ou morador da capital paulista sabe reconhecer a importância desses projetos. A degradação do centro da metrópole foi catastrófico. Durou muitas décadas e nada era feito para mudar a situação.

Felizmente, a situação parece começar a ser revertida. Destaque-se a espetacular reforma que sofreu a antiga Estação Júlio Prestes, transformada na Sala São Paulo, um dos mais espetaculares salões de concertos do país. Também as restaurações da Estação da Luz, que hoje comporta o Museu da Língua Portuguesa e do Mercado Municipal que se transformou em ponto turístico da capital. Sugiro uma visita ao ótimo site CentroSP, onde estão muito bem descritos e fotografados diversos projetos interessantes de reurbanização.

A revitalização do centro antigo teve início na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT-SP), que já foi merecedora de comentário elogioso em nosso blog, quando abordamos a reforma realizada na Av. Nove de Julho - com novas calçadas e um decente corredor de ônibus. Lamente-se o ridículo outdoor do deputado estadual Campos Machado (PTB), na foto abaixo, que desadorna terrivelmente a fachada de seu escritório e a paisagem da bonita avenida.

A reformada avenida Nove de Julho e a excrescência do deputado Campos Machado


DENÚNCIA - Depois de enumerados destaques positivos das obras da municipalidade, nosso leitor Gabriel Souza (23), estudante do curso de Letras da USP, solicitou que analisássemos um fato recente, nem tão saudável, ocorrido na administração do atual prefeito. Referia-se à matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo, do dia 08/5/2007, sob o título “Kassab se omite, e benesse a vereador vai virar lei em SP”. Abaixo destaco um trecho da matéria, para que se possa entender o que aconteceu:

”O prefeito Gilberto Kassab se omitiu e com isso garantiu ontem a aprovação do projeto que amplia os benefícios dos vereadores de São Paulo. Kassab não sancionou nem vetou ontem o projeto de lei, de autoria da Mesa da Câmara. Ontem venceram os 15 dias úteis previstos no artigo 43 da Lei Orgânica do Município para que o prefeito se manifestasse - o projeto chegou à prefeitura no dia 13 de abril. (...) Com sua omissão, uma hipótese prevista no parágrafo 3º do artigo 43 da Lei Orgânica do Município, ele evita um atrito com os parlamentares e tenta fugir de mais um desgaste com a opinião pública.”

Mercado Municipal
Infelizmente, qualquer que fosse o prefeito a mesma decisão seria tomada. Vetando o projeto, seria deflagrada uma indisposição entre os poderes Legislativo (Câmara) e Executivo (Prefeitura). A única solução que encontra essa situação vergonhosa é através das urnas. Cabe ao eleitor o veto. Está faltando mais ação por parte de ONGs como a Transparência Brasil e da própria sociedade civil como um todo, no sentido de se manifestar de forma contundente contra projetos tão vergonhosos quanto esse, do vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR). A própria imprensa deveria dar maior destaque ao tema e denunciar o que, particularmente, considero mais um escândalo com uso inadequado do dinheiro dos impostos.

Leia-se abaixo o restante da matéria da Folha, enumerando a falta de escrúpulos desse outro bando de canalhas da Câmara Municipal de São Paulo:

“O projeto foi uma promessa de campanha do vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR) para ganhar a presidência da Casa no fim do ano passado. Os vereadores terão, a partir de agora, uma verba de até R$ 12,5 mil para pagar as despesas de seus gabinetes. Hoje, os parlamentares têm direito de usar cotas de serviços fornecidos pela Câmara, como cópias de documentos, correios e gasolina para o carro oficial que, no total, somam cerca de R$ 10 mil por mês para cada vereador. (...) Os vereadores têm salários de R$ 7.155 por mês e contam com até 18 assessores - que agora poderão trabalhar fora da Câmara, nas bases eleitorais dos parlamentares - com salários de até R$ 6.700. Além disso, os servidores poderão, por exemplo, ganhar R$ 1.200 extras para assessorar, em seu próprio horário de trabalho, as comissões da Casa. O projeto também abre margem para que funcionários de carreira recuperem uma parte dos ganhos retirados em 2003, quando uma reforma administrativa cortou benefícios em cascata que levavam a supersalários de até R$ 48 mil.”