16 de julho de 2007

ESTAMOS EM NOVO ENDEREÇO

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1 de julho de 2007

4.607.556.603.169,42%

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13 anos de Real
por Joelmir Beting

O Real completa neste domingo, 1º de julho, 13 anos de vida, paixão e sorte, muita sorte. Sobreviveu a grandes choques externos a traumas internos para fazer a inflação de 4% ao dia virar inflação de 4% ao ano.

O Real veio ao mundo não para fazer o Brasil crescer, mas para não deixar o Brasil morrer. Vai aqui uma comparação espantosa, feita pelo professor Salomão Quadros, da Fundação Getúlio Vargas, a pedido do site: nestes 13 anos de Real, a inflação medida pelo IGP-DI acumula, aqui na ponta, 259%.

É muito!

É, mas qual tinha sido a inflação acumulada nos últimos 13 anos antes do Real?

Aí está o tamanho do dragão enjaulado pelo Real: uma inflação de 12 dígitos, ou de 4.607.556.603.169,42%. (Nota do Blog: leia-se 4,6 trilhões por cento)

Leia mais artigos de Joelmir Beting em seu site

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Excepcionalmente, não publicaremos hoje a coluna WEEKLY NEWS. Nosso blog tirará férias durante os próximos dias e retornará na quinta-feira, 12 de julho. Sugerimos aproveitar o intervalo para ler os artigos mais antigos e explorar os links sugeridos. E não deixe de assinar o "Manifesto em Defesa da Floresta Amazônica" (explicações no post abaixo). Agradecemos, pelas visitas!
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30 de junho de 2007

Pela conservação da floresta

O "Programa do Jô", exibido pela TV Globo, na madrugada dessa sexta-feira para sábado, foi dedicado à Amazônia. Os três blocos de entrevistas foram oferecidos aos atores Christiane Torloni, Juca de Oliveira e Victor Fasano, para discorrerem a respeito de uma campanha pela preservação da floresta e da divulgação de abaixo-assinado que pretendem encaminhar à Presidência da República.

Nosso blog aderiu ao manifesto e deseja incentivar os seus leitores a fazerem o mesmo. Sugerimos que copiem o banner da iniciativa e o colem em seus respectivos blogs! Incentivamos também a leitura do espetacular texto de Juca de Oliveira, publicado abaixo.


Quando o ator Juca de Oliveira foi para o Acre no final de 2004 para gravar a minissérie “Mad Maria”, descobriu o Brasil da floresta e tomou consciência da gravidade da situação na região amazônica como um todo, muito além de Rio Branco: "eram imensas nuvens de fumaça que escondiam a devastação, transformando esse imenso patrimônio ambiental em pastagens e plantios de soja", declara o ator.

Durante a realização de outra minissérie, “Amazônia: de Galvez a Chico Mendes”, estreada em janeiro de 2007, quando a revolta dos atores Christiane Torloni e Victor Fassano, ao se defrontarem com a realidade do aniquilamento da selva amazônica, fez-se um clamor para iniciar um movimento de defesa da floresta.

Juca de Oliveira, em Mad Maria
Carta aberta de artistas brasileiros sobre a devastação da Amazônia
por Juca de Oliveira

Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três Estados de São Paulo. Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da temperatura do Planeta.
Vista aérea de queimada na Amazônia:mayer
Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos, ateiam fogo às suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias. Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver”, mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a devastação continua.

Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, como área a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para combustíveis alternativos ou então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica. Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico e como tratá-lo.
Transformação da Floresta Tropical em Cerrado
Um país que tem 165.000 km² de área desflorestada, abandonada ou semi-abandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais.

Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desacelerar os efeitos quase irreversíveis da devastação, segundo o que determina o § 4º, do Artigo 225 da Constituição Federal, onde se lê:

"A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais" Assim, deve-se implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal a interrupção imediata do desmatamento da Floresta Amazônica. Já! É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e história. SOMOS UM POVO DA FLORESTA!

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29 de junho de 2007

Vocação ou burrice?

No campo político, a tragédia brasileira tende a permanecer. O Parlamento está desmoralizado desde a legislatura anterior. Mensaleiros, ladrões e assassinos integram o Congresso Nacional. O 'chamado' Conselho de Ética do Senado Federal virou motivo de piada. E o presidente da República, com sua popularidade inabalada, continua prestigiando os corruptos.
Procurador Geral da República, Fernando Barros, 3º da esq. para a dir.
O constrangimento imposto ao Procurador Geral da República, Antonio Fernando Barros (aquele que denunciou os 40 ladrões e seu chefe ao STF), durante sua posse para um novo mandato foi absurdo: teve de proferir seu discurso cercado de 'novos 40 ladrões' que, provavelmente, lá estavam para mostrar o prestígio que lhes confere o 'chefe'. O próprio presidente Lula da Silva deixou claro, através de sua fala, que continuará protegendo o corrupto presidente do Senado.

O mais absurdo no cenário governamental, todavia, é a atuação do Itamaraty - instituição que já foi respeitada pela intelectualidade que a integrou até pouco tempo atrás -, agora tomado de ideologia marxista, caminha totalmente na contramão da história. Depois da ridícula tentativa de afundar a Rodada Doha da OMC, perdeu todo o crédito até entre o grupo de países emergentes que tentava representar.

O resultado de tudo isso será a ampliação da distância entre ricos e pobres. Refiro-me aqui à população brasileira, pois o comércio internacional tem permitido exatamente o contrário, no que tange às nações. Seria essa a vocação do Brasil, caminhar para trás sempre?

Os jornais do mundo todo prestigiaram hoje, o lançamento do iPhone da Apple. Diante da 'idiota' política interna e externa do Brasil, o seu resultado está bem relatado nos detalhes da reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", que segue abaixo.

A opção brasileira de manter os impostos nas alturas e o protecionismo imposto a produtos industrializados - justificado pelo ridículo argumento de que os Estados Unidos e a União Européia não derrubariam suas barreiras às 'commodities' (produtos de baixo valor agregado) -, condena a economia brasileira ao atraso e a população à absurda pobreza. 'Nunca antes na história desse país' se vislumbrou tanta burrice!


País fica sem novidades internacionais
por Júlio Wiziack
para o jornal Folha de S.Paulo


Se depender da vontade da Apple, o Brasil não verá o iPhone antes de 2009. A Sony ainda não tem previsão para lançar o PlayStation 3 e não sabe se importará o Blu-ray. A única certeza que os consumidores têm é: vai demorar. Mas por quê?


A explicação das empresas é: falta mercado. De fato, a renda per capita dos brasileiros não é das melhores, mas compradores existem. Basta observar a quantidade de turistas brasileiros que passam pelas barreiras alfandegárias carregados de produtos importados -uma prática que aumenta em tempos de dólar baixo. É o que explica Mauro de Brito, chefe da área de repressão ao contrabando da Receita Federal. "As pessoas costumam trazer mercadorias que custam mais no Brasil", diz.

Computadores, notebooks, consoles estão entre os produtos mais visados porque a diferença de preço no Brasil e no exterior é maior. O XBox 360 nos EUA é vendido pelo equivalente a R$ 762. Aqui custa R$ 2.999 devido à cobrança em cascata de impostos.

O problema fica mais complicado para as fabricantes porque a pirataria e o contrabando transformam o mercado num campo de guerra desleal. Segundo levantamento da Abes (Associação Brasileira da Empresas de Software), de cada dez consoles (nome técnico dos videogames mais modernos) adquiridos no Brasil, apenas um foi adquirido de forma correta. "O restante entrou no Brasil de forma irregular", afirma Emílio Munaro, coordenador do grupo Anti-Pirataria da Abes.

Outro aspecto que as empresas levam em conta é a rede de distribuição. Muitas lojas se recusam a vender produtos que os consumidores poderão encontrar em camelôs. A Hi Rappy, maior rede de lojas de brinquedos do país, é uma das varejistas que decidiu não colocar nas prateleiras produtos para o PlayStation ou XBox 360 que podem ser encontrados em lojas da rua Santa Ifigênia, um conhecido endereço no centro da capital paulista para produtos eletroeletrônicos mais baratos, por R$ 1.300, menos da metade do preço oficial.
Para as empresas que decidem entrar nessa disputa, o jeito é encolher a margem de lucro e preparar o fôlego.

Leia as reportagens relacionadas na
Folha de S.Paulo (para assinantes do jornal e do UOL)
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27 de junho de 2007

Atitude correta do Democratas

Dep. Rodrigo Maia, presidente do DEM
Renan Calheiros tem de pedir licença já
do Blog dos Democratas

Em compasso com a sociedade, que exige ética e moralidade na vida pública, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente do Democratas, reuniu a Executiva do Partido e aprovou, por unanimidade, nota oficial solicitando o afastamento imediato do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado Federal.
Leia aqui a íntegra da nota

Nossa opinião: Essa nota oficial do Democratas deveria ter sido emitida há muito tempo, quando estourou o escândalo, mas, enfim, veio. É vergonhoso que no Brasil os ocupantes de cargos públicos envolvidos em corrupção queiram continuar exercendo suas funções, fazendo todos os brasileiros de otários. O partido deveria ter a mesma coragem exigindo a renúncia do presidente Lula da Silva. E já não tarda a hora de o PSDB descer do muro e também escolher um dos lados: da corrupção ou do Brasil?
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26 de junho de 2007

Dois ótimos projetos

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Mais duas excelentes notícias para a economia estrearam a semana. Ganham todos os brasileiros: o governo federal decidiu tornar a investir em energia nuclear - a mais limpa e viável fonte de energia; e um banco estatal será privatizado, por iniciativa do governador José Roberto Arruda (DEM), do Distrito Federal. Abaixo seguem as reportagens:


Gov. José Roberto Arruda / Folha Imagem

Em SP, governador do Distrito Federal defende privatização do BRB
por Tathiana Barbar
para a Folha Online


Em meio às investigações da Operação Aquarela, que desmontou um esquema de desvios de recursos no BRB (Banco de Brasília), o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), defendeu nesta segunda-feira a privatização da instituição.

Leia o restante da matéria no site Folha Online, clicando aqui

Angra 3 / Eletronuclear
Governo aprova construção de Angra 3
por Leonardo Goy
para as agências Estado e Reuters


Dois fatores favoreceram a aprovação: o preço da energia a ser gerada pela usina e as dificuldades para dar início a projetos de energia hidrelétrica

BRASÍLIA - O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou a retomada da construção da usina nuclear de Angra 3, no Estado do Rio de Janeiro. Trata-se de um projeto polêmico que deve custar aproximadamente US$ 3,7 bilhões.

A decisão ainda precisa ser ratificada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já se declarou favorável à opção nuclear para geração eletricidade como fonte auxiliar na matriz energética brasileira, fortemente sustentada nas hidrelétricas. Mas antes disso, o governo precisa conseguir junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a licença ambiental para a obra.

Pelo menos dois fatores favoreceram a aprovação da obra de Angra pelo governo: o preço da energia a ser gerada pela usina, que já estaria competitivo (na casa dos R$ 140 por megawatt/hora), e as dificuldades para dar início a projetos de energia hidrelétrica, como os das duas usinas do Rio Madeira, em Rondônia.

Leia o restante da matéria no site Estadão, clicando aqui

25 de junho de 2007

Abertura: caminho para a prosperidade

-WTO: World Trade Organization
A semana começou com uma ótima notícia: países emergentes estão acordando para uma realidade muito distinta daquela adotada pelo governo brasileiro. Já está exaustivamente provado que a melhor alternativa para a erradicação da pobreza é a integração comercial.

Em nossa mais recente coluna WEEKLY NEWS, em três blocos de notícias, alertamos para o tema. Citamos o exemplo da Coréia do Sul que, através de maciços investimentos em educação, ciência e tecnologia, conseguiu fazer a transição de uma sociedade agrária para uma rica economia industrial. Através da elevação da competitividade externa, a nação asiática conquistou a riqueza e melhorou a distribuição da renda.

Leia os blocos “Idade Média”, “Na contramão” e “Vergonha” na última coluna WEEKLY NEWS

No Brasil, de contrapartida, os interesses político-partidários e a corrupção falam mais alto. Têm tanta importância que, travestidos de ”defesa dos interesses nacionais”, cooptaram a Índia e conseguiram travar o avanço nas negociações da Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio.
Leia o artigo da BBC Brasil abaixo.


O que está em jogo?


1º.) Alguns grandes empresários – que também são os maiores doadores de campanhas políticas – não desejam a abertura econômica, ou seja, a concorrência externa. Querem aumentar seus lucros e manter os negócios da forma que estão. Que vantagens teriam em vislumbrar as prateleiras do comércio abarrotadas de produtos importados de melhor qualidade e menor preço?


2º.) Latifundiários, que têm uma enorme bancada de representantes no Parlamento e são doares de altíssimas quantias nas campanhas eleitorais, desejam engordar os seus negócios com o comércio mundial. Exportam 'commodities' - produtos de baixo valor agregado -, que empregam cada vez menos, graças à mecanização do agronegócio. A única coisa que interessa a eles é a eliminação de barreiras agrícolas à importação, nos Estados Unidos e na União Européia.


O governo, para justificar a sua posição, usa argumentos ultrapassados – mas convincentes para a maioria dos mal-informados – dizendo que a concorrência internacional poderia causar desemprego, através do fechamento de empresas brasileiras e colocar em risco os superávits da balança comercial. Essa posição é muito cômoda. E faz sentido em países que não investem em educação e desenvolvimento de tecnologias, através do incentivo à pesquisa científica.


A intransigência e a defesa desses argumentos da esquerda jurássica explica-se por três razões: 1.) não interessa colocar em risco os negócios dos grandes financiadores de campanhas eleitorais; 2.) investir maciçamente em educação, ciência e tecnologia colocaria em risco programas assistencialistas como o Bolsa Família e vultosos projetos estatais como o PAC; 3.) sobrariam menos recursos para empregar funcionários em cargos de confiança.

Assim, apresentam-se duas opções: confiar nas iniciativas do estado ou na liberdade.
Seul, capital da Coréia do Sul: liberdade e prosperidade
Mesmo sob a ótica liberal o estado tem as suas atribuições, mas jamais a de assumir o lugar de empresário. Projetos assistencialistas só sustentam o populismo – jamais eliminam a pobreza!

Para distribuir riqueza, criar uma sociedade de elevados índices educacionais e desenvolver ciência e tecnologia é necessário que se tenha uma economia aberta e próspera. Esse nunca foi o desejo dos governos socialistas e corruptos. A História está aí para quem necessita de provas.


Emergentes propõem abertura maior do que Brasil e Índia na OMC

Um grupo de países em desenvolvimento apresentou nesta segunda-feira à Organização Mundial do Comércio (OMC) uma proposta alternativa que oferece uma abertura de mercado maior do que a defendida pelo Brasil para destravar a Rodada Doha.

O grupo é composto por México, Hong Kong, Tailândia, Peru, Colômbia, Chile, Costa Rica e Cingapura. "Chegou o momento de todos mostrarem a flexibilidade necessária para concluir as negociações no mais tardar até o início de 2008", afirma o documento.

A nova proposta é vista como uma espécie de racha entre os países emergentes, já que nem todos estariam adotando a mesma posição do Brasil. O texto indica que os países em desenvolvimento poderiam cortar suas tarifas de importação de bens manufaturados em taxas acima da que Brasil e Índia vinham sugerindo. Na foto, o presidente Lula da Silva ao lado do presidente da Índia, Abdul Kalam (E) e do primeiro-ministro, Manmoham Singh, em Nova Delhi.

Nova Déli e Brasília representaram os países em desenvolvimento em uma reunião ministerial na semana passada em Potsdam, na Alemanha. O objetivo do encontro, que também incluiu americanos e europeus, era de tentar desbloquear a Rodada Doha, lançada em 2001 e paralisada desde 2006. Mas sem um acordo, o processo fracassou e agora toda a Rodada poderá entrar em colapso se os 150 países não chegarem a um consenso até o final de julho.

'Flexibilidade'

O governo brasileiro insiste que aceitaria um coeficiente de corte de no máximo 30. Na prática, isso permitiria um corte de até 50% em suas tarifas de importação. Já os Estados Unidos e a Comissão Européia queriam uma redução das tarifas em pelo menos 58%, o que acabaria afetando setores considerados sensíveis no Mercosul.

Para o novo grupo, o coeficiente de cortes poderia variar entre 17 e 23. Em termos de redução de tarifas, isso significaria um corte de cerca de 55%. "O tempo está acabando, por isso precisamos encorajar nossos membros a mostrar flexibilidade nos próximos dias", aponta a proposta que agora será avaliada pelos 150 membros da OMC. "Demonstrações de flexibilidade têm sido raras", conclui o texto apresentado na OMC.
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Fórmula Bus: uma criativa brincadeira entre bloggers

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Uma experiência de ótimo humor e muita criatividade


Ingressamos nesse métier – de bloggers – há pouco mais de 90 dias e estamos conhecendo iniciativas diversas que caracterizam esse universo, na Internet. Os blogs representam praticamente todos os nichos de interesse: basta ingressar com uma palavra qualquer no Google ou outra ferramenta de busca para vislumbrar uma lista enorme de opções de blogs, que conduzirão à resposta e abordarão a demanda sob as mais variadas óticas.

Quem já nos visitou e explorou detalhes de nossa página, deve ter percebido que temas a respeito dos quais discorremos – apesar da predileção por política, economia e relações internacionais – são significativamente variados.

Nosso gosto pelos esportes, principalmente a Fórmula 1, permitiu um contato freqüente com autores de páginas muito interessantes que versam sobre o assunto. Assim, também começamos a interagir e observar iniciativas muito bem humoradas e criativas.

A última, e mais curiosa, foi a que nos levou a participar de uma corrida imaginária de coletivos. O blogger Ron Groo, autor de textos literários e análises de corridas de Fórmula 1 - sempre com um toque de bom humor -, certo dia sugeriu a leitura de um post que narrava essa corrida fantasiosa de ônibus, que seriam "pilotados" pelos autores de outros blogs.

A brincadeira foi tão bem aceita entre os bloggers que, um deles, Mauro César Costa, residente em Teresina, no Piauí, resolveu "levar a corrida para lá". Já habituado a visitar e ler os artigos publicados pelos diversos competidores da “categoria”, resolvemos nos inscrever também.

Protótipo do SuperBus, da Delft University

Para concluir a inscrição, precisávamos escolher a foto de um ônibus e enviar para o e-mail do blog de Mauro, o “Conto de Vista”, e aguardar a publicação. Escolhemos o protótipo de um projeto de SuperBus, desenvolvido pela Delft Univesity of Technology, de Amsterdam (existe de verdade!). Em nosso blog há um artigo interessantíssimo sobre o SuperBus e sua tecnologia, que, conforme os engenheiros do projeto, será testado durante as Olimpíadas de Beijing, em 2008. Vale a pena a visita ao link de uma reportagem da revista britânica The Economist, que traduzimos para o blog. Leia o artigo clicando aqui.

A sofisticação da brincadeira chegou a ponto de contar com vídeos de divulgação, muito bem elaborados, que lembram perfeitamente chamadas televisivas. Clique aqui para assistir à chamada, de 40 segundos.

Outro vídeo (com duração de 1min30) destaca o grid de largada e apresenta os “pilotos” e seus “ônibus”. Muito bem feito e "levado a sério"! Confira.

Naturalmente, a "corrida" transcorreu conforme a criatividade narrativa do autor, expressa nesse divertidíssimo texto. Ao lado, segue a tabela com o resultado da "prova" e a classificação dos "pilotos" no "campeonato".

Acredito que a FebrabusCom, “Federação Brasileira de Ônibus de Competição”, e a The BAMA, “The Bus Administration & Management Association”, aceitarão inscrições de novos “pilotos” e “equipes” para as próximas etapas do campeonato da FBus.

Você, leitor de nosso blog, que nunca teve a oportunidade de participar de uma corrida, pilotando um ônibus, participe também e divirta-se com ótimo "sense of humour" dos bloggers organizadores!
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WEEKLY NEWS EDIÇÃO DE 25.JUN.2007



LUCIDEZ CARIOCA
- O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PSDB), decidiu finalmente privatizar o estádio do Maracanã. A coluna "Radar" da revista Veja informou que o governo estadual já contratou uma consultoria para modelar a venda do ultrapassado estádio de futebol. O ideal seria fazer constar do contrato de privatização, que o velho Maracanã fosse implodido, dando lugar a um novo estádio. O país do futebol merece!

ESCÂNDALO DA SEMANA
Enquanto nas áreas de saúde, educação e segurança os servidores públicos recebem salários muito inferiores aos de seus pares dos países da OCDE¹, os 21.563 amigos do presidente Lula da Silva obtiveram aumentos de até 139%.
¹ A OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, é uma organização internacional dos países desenvolvidos e industrializados, com os príncipios da democracia representativa e da economia de livre mercado.

CONTROLADORES POR AMIGOS
Para admitir novos controladores de vôo e reajustar os salários daqueles que já ocupam a função, o governo afirma não ter dinheiro. Mas para contratar 626 amigos em novos cargos de confiança sobram mais de R$ 23 milhões.

UNIVERSAL DO REINO DO PT
Antes era a turma do Dirceu e seus quarenta ladrões que desviava dinheiro dos cofres públicos para enriquecer o PT. Na falta deles, o presidente Lula da Silva substituiu o carequinha Marcos Valério e o ex-tesoureiro Delúbio por todos os contribuintes. Hoje somos nós que financiamos o dízimo que os 22.189 funcionários amigos de confiança e demais petistas transferem para o Partido dos Trabalhadores.

FORA DA LEI
Está escrito no artigo 31 da Lei 9.096/95, a chamada Lei dos Partidos: “É vedado ao partido receber direta, ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de autoridade ou órgãos públicos, autarquias, empresas públicas ou concessionárias de serviços públicos”, esclareceu a coluna de Dora Kramer, em O Estado de S.Paulo.

TRABALHO DURO
Por que os milhões que enriqueceram Fábio Lula da Silva em prazo recorde – que estranhamente coincide com o do mandato de seu pai na presidência da República –, têm menor importância que o patrimônio constituído arduamente por um senador, que precisou de longas décadas para roubar e acumular sua fortuna?

IMUNIDADE DO CHEFE
É contraditório o empenho da imprensa, da sociedade civil e de raríssimos políticos honestos, para punir o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). As vantagens que recebeu para ampliar o seu patrimônio pessoal são irrisórias, se comparadas com os valores que o presidente Lula da Silva destina aos seus amigos. Não faz sentido isentar o “chefe de todos os ladrões” e punir com perda da função somente os comandados por ele.

MSR
Não seria uma ótima oportunidade para os estudantes revolucionários da USP – que agora poderiam criar o Movimento dos Sem Reitoria – prestarem um grande serviço à nação e ocuparem o Palácio do Planalto?

PARAÍSO TROPICAL
Em 40 anos, nenhum político ou governante nos 137 processos que deram entrada no Supremo Tribunal Federal foi punido, noticiou no último domingo, o jornal O Globo.

IDADE MÉDIA
O Brasil poderá se tornar o grande responsável pelo fracasso das negociações da Rodada Doha, da OMC. A intransigência da diplomacia brasileira virou palhaçada. Além de ser o mais corrupto, o governo Lula da Silva demonstra ser também o mais burro da história nas relações internacionais.

NA CONTRAMÃO
A economia mundial continua crescendo de modo espetacular. Graças a um intenso intercâmbio comercial, países estão conseguindo distribuir riqueza e caminhar para a erradicação da pobreza. O Brasil, ao contrário, permanece optando pela manutenção de elevadíssimas tarifas protecionistas contra produtos industrializados. Chega ao ridículo de defender argumentos ultrapassados que eram utilizados por miseráveis nações agrárias, de séculos passados.

VERGONHA
A Coréia do Sul, no prazo de uma geração, transformou sua atrasada economia agrária em rica nação industrializada, através de maciços investimentos em educação, ciência e tecnologia. A renda per capita da próspera península alcançará esse ano aproximadamente US$ 19
,5 mil (em 1970, era de US$ 275). No Brasil, em 1970, a renda per capita era de US$ 366. Em 2007, talvez, chegue a vergonhosos US$ 6,2 mil.
Fonte: World Economic Outlook / Fundo Monetário Internacional

Mauricio Macri (esq.) e Ricardo López Murphy mayer mayer
ARGENTINA RENASCE
O empresário Mauricio Macri, presidente do time Boca Juniors, venceu a eleição para a prefeitura de Buenos Aires, com 61% dos votos, derrotando o candidato do presidente peronista, Néstor Kirchner. Com a vitória, Macri projeta-se como potencial líder da oposição ao lado do liberal Ricardo López Murphy, do partido "Recrear", de quem obteve importante apoio.

FATOR CHÁVEZ
Com a Bolívia de Evo Morales e a Venezuela de Hugo Chávez criando caso, crescem sem parar os investimentos diretos de empresas brasileiras na Colômbia de Álvaro Uribe. Estão com grandes investimentos lá as nossas Petrobrás, Vale, Gerdau, Votorantim, Natura e Boticário.
Do blog de Ancelmo Góis, do jornal "O Globo".

CONTRA O PRECONCEITO
No final de maio, a bandeirinha Ana Paula Oliveira foi suspensa pela Comissão de Arbitragem da CBF após anular dois gols do Botafogo, alegando impedimento. Com isso, ficou de fora do sorteio dos jogos do Campeonato Brasileiro. Para a alegria de seus fãs, Ana Paula vai estampar a capa da edição de julho da revista Playboy. Todavia, não se sabe ainda qual será a reação dos machões da arbitragem e da Fifa.
Para aderir à campanha contra o preconceito, acesse o site de Ana Paula Oliveira clicando aqui.


FRASE

“A diferença essencial entre uma sociedade moderna e desenvolvida e as que ainda buscam atingir esse nível não é a quantidade de suas leis, mas o seu cumprimento”.

Paulo Renato Souza, deputado federal ( PSDB-SP), ex-ministro da Educação.
Em artigo para o jornal O Estado de São Paulo
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23 de junho de 2007

Bom humor no mundo corporativo

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No intuito de fugir um pouco das agruras dos cenários político e internacional, a sugestão de leitura para hoje é de um divertido texto, que permanecerá atual pelos próximos 100 anos. O artigo é de Max Gehringer, autor de diversos livros sobre carreiras e gestão empresarial, e que se tornou mais conhecido por suas colunas na rádio CBN e, atualmente, no programa Fantástico, da TV Globo.


Revista Você S.A., agosto de 2000
Memórias do século 21
por Max Gehringer *

As previsões sobre o futuro estão quase sempre erradas. Mas quem disse que é para as pessoas saberem o que vai acontecer com elas amanhã?

Hoje é 20 de agosto de 2124, quarta-feira, que no Brasil agora chama Wednesday, já que o português foi oficialmente banido quando nos tornamos o 67º Estado dos United States of Wide America, em 2095. Teve quem não gostou, claro, principalmente depois que a Floresta Amazônica virou a Tropical Disney World, mas a maioria apoiou porque finalmente pôde tirar passaporte americano sem aporrinhação e passou a receber salário em dólar.

É verdade que muitos brasileiros ainda conservam um ranço xenófobo, o que é meu caso, por isso este relatório está sendo escrito em nossa antiga língua-mãe, que eu só domino porque nasci lá no distante 1980. Fiz 144 anos, trabalho há 126, estou forte e saudável, mas já ouço insinuações de que minha carreira entrou no plano vegetativo. A vida corporativa do século 22 não é justa com o pessoal da sexta idade, como eu: basta a gente chegar aos 140, e começa a ser discriminado no trabalho...

Os velhos tempos me dão saudade (uma de nossas poucas palavras que entraram no Mega Dicionário Americano, como sinônimo para senseless feeling), apesar de quase mais nada ser como era. Por exemplo, eu nasci com unha, cabelo e dente, últimos resquícios de nossa ascendência selvagem. E na juventude pratiquei zelosamente um ato denominado "sexual" para a reprodução da espécie, coisa que, hoje, a ciência simplificou muito: basta ir a qualquer McDonald's, comprar um kit de óvulo e espermatozóide (o número 3 tem sido o preferido pelos consumidores, porque acompanha uma Coca-Cola grátis) e inseri-lo num tubo plugado a um sistema embrionário - cujo nome técnico é "tamagoshi". Aí, é só redigitar a configuração desejada do genoma e depois ir clicando os comandos para as cargas vitais de proteínas. Simples. Em seis semanas, aparece a ficha fitoergométrica da criança, os custos de alimentação e educação e a mensagem “Are you sure you want to give birth?".

Meu filho mais novo, o 365A27W648, vulgo "8", agora deu de ser curioso e me perguntar porque no meu tempo as coisas eram tão complicadas. Eu tentei explicar para ele que o tal ato ia além da simples reprodução, que a gente sentia prazer em copular, e ele fez aquela cara de nojo, típica de adolescente recém-saído da universidade. Mas, tudo bem, ele tem só 4 anos, um dia talvez entenda melhor.

Eu sei, estou divagando, desculpem. Não é das reviravoltas da natureza que este relatório trata, e sim das relações no trabalho. Meu hiperboss vai fazer uma apresentação no mês que vem, em Urano - com o criativo título de "Como Enfrentar os Desafios do Século XXII" -, e pediu minha colaboração.

Ele quer mostrar às novas gerações a evolução da interação entre empresas e funcionários ao longo dos últimos 150 anos, desde a chamada "Era Jurássica Trabalhista" (1980-2020) até o aparecimento do "Homo Pizza", no final do século XXI. E me escolheu porque eu vivi todas as etapas do processo, além de ser o único por aqui que ainda sabe usar algarismos romanos. Então, vamos lá:

TRANSPORTE - Os empregados acordavam de manhã e iam para seu local de trabalho dirigindo um veículo pesadão e lerdo, que funcionava queimando derivados do extinto petróleo, chamado "automóvel" - não sei bem por que esse nome, que significa "move-se por si mesmo", já que o tal veículo só se movia sob comando humano e, algumas vezes, nem assim. Mas a maior dificuldade era enfrentar o "trânsito", do latim transire, "ir para a frente", e esse era exatamente o problema, já que o trânsito quase nunca ia em frente, e daí originou-se uma frase de uso muito comum, "atrasei por causa do trânsito", que literalmente significa "Fiquei para trás porque fui para a frente". Ou seja, aquele povo era duro de entender. O mais incrível é que, apesar de tanta confusão e contrariando a lógica, as pessoas ainda conseguiam chegar ao que chamavam "local de trabalho".

LOCAL - O sistema jurássico de trabalho era coletivo, e as empresas até usavam jargões como teamwork para incentivar essas aglomerações, sem atentar para o fato de que elas eram uma fonte de proliferação de micróbios. O ponto de encontro era o escritório, um lugar onde os funcionários escreviam, daí a origem da palavra. Eram áreas enormes, onde pessoas se amontoavam em cubículos e passavam a maior parte do tempo produzindo "documentos", cuja principal finalidade era a de servir como evidência física de que as pessoas estavam ocupadas. Após produzidos, os documentos eram imediatamente "arquivados", de preferência em lugares onde nunca mais pudessem ser localizados. Isso na época tinha o mesmo nome de hoje, "burocracia". A diferença é que os atrasados do século XX faziam tudo com oito cópias, e nós, 150 anos depois, conseguimos reduzir para sete.

INDIVIDUALIDADE - O primeiro passo para erradicar o coletivismo inútil foi o "SoHo" (Small office, Home office), uma sigla surgida aí por 2000, que permitia aos funcionários trabalhar, confortável e produtivamente, em suas próprias casas. No Brasil, uma das conseqüências imediatas do SoHo foi o aparecimento de uma variante esperta, o "SoNo". O que obviamente implicou num aumento brutal da quantidade de documentos produzidos, porque só assim os chefes acreditariam que seus funcionários estavam acordados em suas casas. Depois do SoHo veio o "SoCo", aí por 2050. O "Co", todo mundo sabe, significa Chip office. Foi quando as corporações conseguiram implantar um microchip em cada funcionário para controlá-lo 24 horas por dia, desde o batimento cardíaco até o nível de atividade dos neurônios. Uma das características do SoCo que mais agradou às chefias - além do comando de "wake up call" - foi a possibilidade de emitir um choque elétrico remoto quando o funcionário atrasasse a remessa de um documento.

JORNADA - Trabalha-se oficialmente 2 horas por semana, mas já há rumores de que a jornada será reduzida para 100 minutos semanais. O que, tirando o tempo necessário para o sono e as inconveniências fisiológicas - que não sofreram alterações nos últimos 100 000 anos -, dá umas 120 horas ociosas por semana. O professor Domenico De Masi¹, que vive em estado de hibernação metafísica na Itália, afirma que isso é um absurdo, e defende a tese de que no futuro trabalharemos 100 minutos por ano. Mas o problema, mesmo, é que nunca conseguimos nos acostumar com o ócio. Por isso, nossa maior fonte de renda atual é a hora extra - fazemos, em média, 14 delas por dia, inclusive aos sábados.
¹ Domenico De Masi é conhecido como pai do "ócio criativo", expressão que deu nome ao seu livro mais famoso (Nota do blog)

EFEITOS COLATERAIS - Hoje, as megacorporações vêm se questionando se essa troca do trabalho grupal pelo individual foi realmente um progresso. Primeiro, porque ninguém mais conhece ninguém, já que os "colegas" viraram imagens digitalizadas. Segundo, porque todo mundo ficou sedentário e engordou uma barbaridade. E terceiro porque os antigos executivos eram estressados, e os novos sucumbem à depressão, o que acarreta muitos suicídios (ou, em linguagem ciberneticamente correta, self alt+ctrl+del). O maior guru de administração do século XXII - Tom Peters, vivendo confortavelmente em estado gasoso, num tubo de ensaio - publicou recentemente um artigo que está causando uma comoção corporativa. Ele defende a tese de que "nada substitui o contato humano". Incrível, dizem seus fiéis admiradores, que ninguém tivesse pensado nisso ainda.

EMPREGO - Conseguir um bom emprego hoje em dia não é difícil. O duro é se manter nele, porque as exigências para resultados de curtíssimo prazo aumentam cada vez mais. O tempo médio de permanência num emprego é de 28 horas. Daí o conceito em moda ser o da habilidade para saltar de galho em galho, ou "businessbilidade", que se resume a três fatores: experiência cósmica, formação galáctica e ser bem relacionado com quem manda.

SEXO - As diferenças entre sexos não são mais limitantes para o preenchimento de um cargo. Não porque tenha acabado a discriminação, mas porque acabaram os sexos. A antiga classificação masculino/feminino/outros caiu em desuso a partir do momento em que os assim chamados "homens" e "mulheres" equilibraram seus níveis de testosteronas e estrógenos. A ambivalência chegou a tal ponto que hoje os dicionários só registram a palavra "testículo" como sinônimo de "pequeno teste aplicado a estagiários".

HIERARQUIA - Nos tempos primitivos, as posições hierárquicas eram decididas ou por competência ou por protecionismo. Mas levava vantagem quem acumulava mais diplomas. Tudo mudou a partir do momento em que foi implantado o sistema de "Transferência Integral de Informações", pelo qual qualquer ser humano, quando completa 2 anos de idade, é acoplado a um megacomputador Deep Blue e absorve, em 15 minutos, o conhecimento acumulado pela espécie nos últimos dez milênios. Tem aí uma novíssima teoria dizendo que isso nos transformou numa raça de esponjas, e que o grande diferencial atual é saber pensar por conta própria, em vez de enfiar o dedo no nariz e dar um retrieve². Segundo a teoria, há uma minoria de pensantes que consegue se perpetuar nas chefias porque tem "Inteligência Psicoemocional", ou seja, uma combinação balanceada de "instinto", "conhecimento" e "autocontrole". Eu acho que já ouvi isso antes, só que não me lembro bem quando foi. ² restaurar (Nota do blog)

RELACIONAMENTO - Os funcionários têm abertura para se comunicar fora do trabalho, desde que respeitem o conceito-chave do século XXII: Lógica Absoluta, ou seja, os assuntos devem ficar restritos aos negócios. Sentimentos e emoções, manifestações consideradas contraproducentes, estão proibidas desde 2104. Mas sempre tem quem não sabe aproveitar a liberdade: nosso maior problema social são os subversivos que se reúnem escondidos para praticar o maior delito da atualidade: rir e contar piadas. Não é por acaso que o maior best-seller desta semana é o cibertexto de auto-ajuda "Você Pode Ser Feliz, Desde Que Ninguém Saiba".

INFERNET - A arcaica Internet, uma rede de comunicação que causou furor no fim do século XX, e que hoje é citada como exemplo de paranóia coletiva, foi substituída pela Infernet, à qual todos somos plugados logo ao nascermos. A palavra veio do latim infernus, "subterrâneo", uma analogia a seu formato de raízes que alimentam o caule central. O caule, de onde saem e para onde convergem todas as informações, é a Suprema Inquisição, cuja regra é "Todos somos iguais perante Deus". Sendo que Deus, como todos sabem, é Bill Gates. Embora corra por aí o boato de que quem manda, mesmo, é o ACM.

CONCLUSÃO - Em meus 144 anos, vi o futuro ir acontecendo, e aprendi pelo menos uma coisa: as previsões estavam sempre erradas. Acho que descobri o porquê. Outro dia achei um livro antigo, que já caiu em desuso por ser a negação da lógica. De qualquer forma, lá foi escrito, há milhares de anos, que cada dia é diferente do outro, exatamente "para que o homem nunca possa descobrir nada sobre seu próprio futuro" (Eclesiastes, 7, 14).

* (CURRÍCULO DE 2000) Em 1999, no auge de uma carreira bem-sucedida que o levou à direção de grandes empresas (Pepsi, Elma Chips e Pullman), MAX GEHRINGER tomou uma decisão raríssima no mundo corporativo: abriu mão do poder e das mordomias de alto executivo para dedicar seu tempo a escrever e a fazer palestras pelo Brasil. Max escreve regularmente para VOCÊ S.A., Exame, Vip e Placar (todas publicadas pela Editora Abril). Recentemente, lançou seu segundo livro, Comédia Corporativa (Editora Campus). O humor e a sensibilidade dos textos de Max vêm de sua vivência prática num mundo que ele conhece degrau por degrau: seu primeiro emprego, aos 12 anos, foi de auxiliar de faxina. O último: presidente da Pullman.
MAYER

22 de junho de 2007

Michael Bloomberg: um ótimo exemplo

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Prefeito Michael Bloomberg / Crédito: Business Week
O prefeito da cidade de Nova York, Michael Bloomberg, trabalha a 1 dólar por ano, vive na sua própria casa e doou 144 milhões de dólares no ano passado a mais de 800 organizações da cidade. O antigo analista de Wall Street criou um serviço de notícias digno de bilhões de dólares. Isto o ajudou a apoiar esforços nas áreas de saúde pública, artes, instituições educativas e serviços sociais na cidade.
Fonte: Business Week

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Presidente Bloomberg?
por Lucas Mendes *

Para a BBC Brasil
mayer
Como é bom ser governado por um líder que faz, não rouba nem deixa roubar, vai de metrô para o trabalho, não diz besteira nem o politicamente correto, não decide com base em pesquisa, não puxa o saco nem deixa puxar o dele, não é político e nem mesmo tem base partidária.

Michael Blooomberg agora nem tem partido. Esta semana deu uma banana para os republicanos. Ele é meu sexto prefeito em Nova York e continuaria votando nele o resto da vida. Infelizmente a lei não permite mais um mandato.

Com exceção de Koch, os prefeitos anteriores quase enterraram esta cidade. Giulliani leva a fama de salvar Nova York do crime na década de noventa e do desespero depois do 11 de setembro. Ele merece crédito pela liderança nos quatros meses finais do mandato, depois dos ataques às torres, mas quando deixou o cargo Nova York estava de novo à beira de outra crise financeira, endividada, desempregada e racialmente tensa.

Bloomberg se elegeu graças a seus bilhões, mas herdou um pepino sem um dia de experiência em administração pública e suas primeiras decisões, naquela época, foram controvertidas e impopulares. Proibiu cigarros em bares e restaurantes e aumentou o imposto predial em 18%. Seu índice de aprovação caiu de quase 70% para 20%, e o fim de sua jovem carreira política estava à vista.

Ele não só deu a volta por cima como já devolveu boa parte dos impostos, a cidade está com dinheiro de sobra nos cofres e com crédito AA na praça. Bem munido para brigar com a indústria de alimentos e contra a obesidade, Bloomberg baniu gordura trans dos restaurantes.

Tornou-se o inimigo público número 1 da indústria de armas por causa de seus processos contra vendedores que não cumprem as leis e pela criação de uma associação de mais de duzentos prefeitos para aprovar leis anti-armas impassáveis em Washington.

Seu projeto da Nova York verde é um dos mais radicais do mundo e, contrariando fórmulas financeiras conservadoras, criou o maior plano habitacional do país para a população de baixa renda. Seus 165 mil apartamentos dariam para abrigar a população inteira de Atlanta.

Agora em setembro vai começar sua versão do bolsa-família inspirado no modelo mexicano Oportunidades. Com dinheiro da iniciativa privada, inclusive do próprio bolso, 2.500 famílias vão receber US$ 5 mil por ano se cumprirem metas como filhos estudiosos, pais mais envolvidos nas decisões nas escolas, check-up médico, emprego em tempo integral. O progresso destas 2.500 famílias vai ser comparado com o de outras 2.500, em iguais condições de pobreza. Se o sucesso dos bolsistas for comprovadamente superior, o projeto se tornará público.

Presidente Bloomberg? Infelizmente jamais. Como ele mesmo diz, quem votaria num judeu baixinho, bilionário, com um divórcio nas costas e reputação de liberal? - Muita gente. Não para se eleger presidente, mas o suficiente para destruir as chances de Hillary Clinton ou de qualquer democrata em 2008, como Ralph Nader destruiu as de Al Gore em 2000 e Ross Perot as do Bush pai em 1992.

Meu querido prefeito, pelo amor de Deus....
* Lucas Mendes é jornalista e apresentador de televisão. Em 1993 criou o programa Manhattan Connection, para o GNT, da Globosat, onde continua até hoje como apresentador e editor executivo. Escreve colunas periódicas para a BBC.


Cute Israeli Defense Forces

Clique na imagem para ampliar / Crédito: Maxim
Fotos de ex-soldadas de biquíni provocam polêmica em Israel

Mesmo que não sejam convocadas, alistamento feminino é obrigatório


O que era para ser uma campanha para promover o turismo em Israel acabou se tornando uma grande polêmica no país nesta semana, após a publicação de fotos de ex-soldadas em poses de biquíni na revista masculina americana Maxim.
Leia mais no site da BBC Brasil ou
Veja mais no site da Maxim (inglês)
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18 de junho de 2007

WEEKLY NEWS 18. JUN. 2007
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ESSES AMORES...
Lembrando o episódio anterior, da tentativa da base governista em preservar o ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE), e agora, de inocentar o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), em discurso proferido na Câmara dos Deputados, advertiu: "O presidente Lula parece insaciável. Alimentado pela impunidade que o beneficia e a seus comparsas, em face da roubalheira vigente, ataca em outras áreas como que a desafiar as instituições. Quer desqualificar as instituições, destinando-lhes o mesmo tratamento concedido ao seu notório irmão Vavá".

Fotomontagem: Sen. Epitácio Cafeteira (PMDB-MA)
PIZZARIA
A comprovação da corrupção praticada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), dependerá do grau da perícia que será feita nos documentos que apresentou à comissão do Conselho de Ética. Uma investigação superficial poderá até provar a autenticidade dos documentos - o que não quer dizer nada. Contudo, uma perícia um pouco mais detalhada, executada pela Polícia Federal e por fiscais da Receita, certamente, apontaria os crimes fartamente divulgados pela Rede Globo e pela revista Veja. Com a palavra, os pizzaiolos do Senado Federal.
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SEM MÁSCARA – 1
A apuração de denúncias pela comissão do Conselho de Ética do Senado está servindo, ao menos, para que a população conheça um pouco melhor alguns dos representantes do povo na câmara alta do Parlamento brasileiro. Durante a última semana, enquanto corriam as denúncias contra o senador Renan Calheiros, o atualíssimo blog Minuto Político, do jornalista Lúcio Lopes, radiografou muito bem a biografia dos senadores. Clique sobre o link para ler as notícias de hoje.
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SEM MÁSCARA – 2

O blog mostrou que Sibá Machado (PT-AC) – suplente da senadora Marina Silva, ministra do Meio Ambiente -, escolhido como presidente da comissão, além de não ter voto, não tem compromissos com o moral. Está lá, exclusivamente, a serviço do senador Renan Calheiros e do governo que os dois representam. A senadora Ideli Salvatti (PT-SC), por seu lado, utiliza-se da grande experiência que angariou defendendo mensaleiros para colocar seus serviços à disposição do presidente da Casa. Quem se salva nesse meio, segundo o Minuto Político, é o senador Jefferson Peres (PDT-AM).
Prefeito César Maia (DEM-RJ) / Crédito: Veja Rio mayermayermayer
PREFEITO VERDE
Além de construtoras, donos de imóveis residenciais e comerciais que tenham implantado “medidas de eficiência energética” serão recompensados pela prefeitura do Rio de Janeiro. A essas edificações será concedido um selo verde e seu entorno terá prioridade de tratamento urbanístico. “As edificações destacadas serão prioritariamente atendidas pelos serviços públicos, garantindo a máxima qualidade urbana”, afirmou o prefeito César Maia (DEM) ao jornal O Globo. “Essa é uma contribuição da prefeitura para diminuir o aquecimento global”, acrescentou.
1.300 grávidas em Portugal / Créd.: Bruno S. Castanheira
RECORDE DE GRÁVIDAS
Mais de mil e trezentas mulheres entraram para o Guinness ao participar, no domingo, em Oeiras, Portugal, da maior concentração mundial de grávidas. As futuras mamães tiveram de manter-se alinhadas durante 10 minutos para que o recorde fosse validado. A iniciativa foi destinada a colocar o problema da baixa natalidade portuguesa na agenda política, informou a Agência Lusa.
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INFERNO

O Fatah, grupo palestino liderado pelo presidente palestino Mahmud Abbas, foi expulso da Faixa de Gaza por militantes da organização rival, o Hamas, depois de uma semana marcada por intensos confrontos, que deixaram pelo menos cem mortos.
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LUZ NO INFERNO – 1
O presidente palestino, Abbas, anunciou uma série de medidas que visam a fortalecer o novo governo – e que não conta com a participação da corrente palestina rival, o Hamas, que domina a Faixa de Gaza. O gabinete, liderado pelo novo primeiro-ministro, o economista Salam Fayyad ganhou poderes para governar sem a aprovação do Parlamento, dominado pelo Hamas. Abbas também decretou a ilegalidade das forças armadas controladas pelo grupo que ele chamou de "milícias do Hamas".
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LUZ NO INFERNO – 2

"Um governo palestino que não é um governo do Hamas é um parceiro e vamos cooperar", disse o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert a jornalistas antes de embarcar para uma viagem aos Estados Unidos, onde deve se encontrar com o presidente americano George W. Bush. Olmert acrescentou que existe uma "nova oportunidade... que não tivemos por muito tempo".
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PERIGO NO INFERNO

O Hamas, por sua vez, afirmou que o novo governo é ilegal. “Este governo não é nacional, pois ignorou o consenso nacional palestino”, disse o porta-voz da facção, Sami Abu Zuhri. "O governo de união nacional não apenas era estabelecido pela lei como também por meio do consenso nacional e um acordo entre Hamas e Fatah", afirmou.
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TUBARÃO DO BEM
Mais conhecidos por seu poder mortal, os tubarões podem acabar salvando vidas, através de novas técnicas que usam o sistema imunológico dos predadores para criar medicamentos de combate ao câncer. A inovação está sendo desenvolvida pela Aberdeen University, na Escócia, com o apoio da empresa de biotecnologia escocesa Haptogen, que surgiu na própria instituição em 2002, e pode começar a ser testada em pessoas nos próximos quatro anos.
Leia mais no site da BBC Brasil
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F1 U.S. GRAND PRIX
O britânico Lewis Hamilton (foto) disse em entrevista, após vencer o GP dos Estados Unidos, em Indianápolis, que o grande sonho de sua passagem pela Fórmula 1 seria, alguma vez, conseguir chegar ao pódio. Jamais imaginou que estaria lá em todas as sete corridas em sua temporada de estréia. Hamilton disparou na liderança do campeonato de 2007, distanciando-se em 10 pontos do segundo colocado, Fernando Alonso, que marcou 48. Felipe Massa, com 39 pontos, é o terceiro colocado, e Rubens Barrichello ocupa a 18ª posição, sem ainda ter marcado nenhum ponto.
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O OUTRO SHOW DA F1
Os fãs da Fórmula 1, certamente, participam de dois shows quando assistem às transmissões da Rede Globo nos domingos de corrida: o primeiro é o dos pilotos; o outro, nem sempre tão apreciado, é o da narração de Galvão Bueno. O Blog F-1, do ótimo comentarista Felipe Maciel, traz nas segundas-feiras após os GPs, um apanhado de pérolas, como esta, do diálogo entre Galvão Bueno e Luciano Burti, durante uma transmissão:
– Você correu aqui?
– Já, em 2001.
– Bateu?
– Não, cheguei em 8º.
– Ah, então foi bem! Marcou ponto...
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16 de junho de 2007

Liberalismo, segundo Mario Vargas Llosa

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Em entrevista a Edney Silvestre, no Jornal da Globo, o escritor Mario Vargas Llosa (foto), uma das grandes vozes críticas na América Latina, falou sobre o liberalismo. “Alguns o chamam de conservador; outros, simplesmente, de reacionário”, instigou o repórter.

”Eu sou um liberal. A extrema esquerda converteu essa palavra em um palavrão, xingamento, mas ela se origina da palavra ‘liberdade’ – a palavra mais bonita do idioma, que trouxe as grandes conquistas: a tolerância, os direitos humanos, a divisão de poderes, o pluralismo político. Todas as grandes conquistas da civilização têm sua origem no progresso da liberdade. O importante do pensamento liberal é que não se trata de um pensamento dogmático, não é fanático e aceita a possibilidade de equivocar-se, de estar errado – e portanto está permanentemente se corrigindo e auto-criticando”, respondeu Vargas Llosa, com muita propriedade.

Por essas razões, destacamos a frase »o mundo visto através de um prisma liberal«, no alto deste blog. Estamos plenamente de acordo com a definição apresentada por Vargas Llosa e acreditamos que um "mundo livre e democrático" permitirá que nos livremos mais rapidamente da pobreza, das desigualdades sociais e das guerras entre os povos.
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Superbus: o ônibus de um futuro bem próximo

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Behold, the bus of the future
Sep 21st 2006
From The Economist print edition


Superbus
da Delft University of Technology, Netherlands mayer mayer
A foto ao lado é de um ônibus que, em breve, estará rodando nas ruas de Shanghai e Amsterdam. Para ler a interessantíssima reportagem da revista britânica The Economist, por mim traduzida para o blog, clique aqui.

15 de junho de 2007

On cherche un 'sarkozy' brésilien

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Procura-se um 'sarkozy' brasileiro
por Marcus Mayer

A busca de um messias, com projetos mirabolantes, que se apresente como 'salvador da pátria', não é a solução. Precisamos ter a audácia de enfrentar a letargia que caracteriza o Brasil e conduzi-lo à modernidade.


A alternativa para os problemas brasileiros não é messiânica, mas seria satisfatório, no contexto do regime presidencialista, que se encontrasse alguém com competência para liderar um movimento reformista no Brasil, como o está fazendo Nicolas Sarkozy, na França. Precisa haver coragem de mostrar aos brasileiros que promessas populistas e eleitoreiras só conduzem ao atraso.

Fotomontagem: Sarkozy com faixa presidencial
O estado assistencialista há muito deixou de ser capaz de introduzir mudanças que pudessem acabar com a pobreza e melhorar de forma substantiva a vida do cidadão. Muito pelo contrário, onde a presença do estado se faz presente observa-se ineficiência, corrupção e fisiologismo. Muitas atividades submetidas à administração estatal poderiam ser substituídas pela iniciativa privada que, certamente, as executaria com maior competência.

A seguir, tentamos relacionar uma série de medidas que resolveriam, no curto prazo, graves problemas enfrentados pelo Brasil:


REFORMA DO EXECUTIVO

• O número de ministérios para atender às necessidades do Executivo poderia ser reduzido para algo em torno de dez. Atualmente, são 36! Os ocupantes das pastas, os ministros, deveriam ser personalidades altamente especializadas em suas respectivas áreas. A indicação de políticos para os ministérios gera um dos maiores males ao governo: o fisiologismo.

• Uma reforma administrativa seria necessária para acabar com o aparelhamento do estado e para elevar o nível técnico dos ocupantes das funções. São mais de 26.000 cargos de confiança distribuídos aos apaniguados, no governo atual. Assim como nas empresas privadas procura-se contratar os mais competentes, somente funcionários concursados e de elevado grau de instrução deveriam ser admitidos em funções executivas. Para evitar qualquer tipo de fraude, os concursos deveriam ser fiscalizados por empresas particulares de auditoria.

• A propaganda do governo deveria ser totalmente extinta, transferindo-se os seus recursos para campanhas de caráter exclusivamente educativo.

A redução da quantidade de ministérios permitiria uma considerável elevação dos salários dos ministros e dos demais funcionários, equiparando-nos com a remuneração oferecida no setor privado. Técnicos de alta competência deixam atualmente de participar da administração pública por causa dessa defasagem salarial. Além disso, elevando-se o perfil do funcionalismo, a endêmica corrupção tenderia a ser consideravelmente reduzida.

PRIVATIZAÇÃO

• Uma das maiores travas para o verdadeiro desenvolvimento do Brasil é a existência dos dinossauros estatais. Não há justificativa para manter sob a égide estatal empresas que executariam melhor as suas funções em benefício do país se estivessem sob controle privado. Os fundos de pensão desses gigantes da ineficiência são antros de corrupção e não oferecem nenhum benefício aos brasileiros que deles não participam. A retomada de um programa de desestatização é uma das mais importantes medidas que um novo presidente poderia adotar.

BACEN E AGÊNCIAS REGULADORAS

• O Banco Central e as agências reguladoras necessitariam de total autonomia. Os mandatos de seus gerentes deveriam ser fixos. A ingerência política nas decisões do Banco Central ou nas agências reguladoras reduz de forma dramática a credibilidade do país e sua capacidade para atrair investimentos. Para conquistar o investment grade o caminho é longo, mas para perdê-lo basta uma simples crise de confiança.

IMPOSTOS E ENCARGOS

• A carga tributária, que gira atualmente em torno de 38%, teria de ser drasticamente reduzida e os impostos cobrados em cascata totalmente eliminados - de preferência - introduzindo-se um tipo de "imposto único".

Nesse 'métier' tributário, alguns argumentariam que isso implicaria redução de receitas, inviabilizando os compromissos de pagamento do governo. Isso não faz sentido, pois a arrecadação, pelo contrário, tenderia para um crescimento constante, como conseqüência da redução de alíquotas. Com uma economia crescente, as empresas venderiam mais, e muitas outras informais optariam pelo ajuste de suas situações. A máxima “se não sonegar não sobrevive” deixaria de ser verdadeira.

• Os encargos trabalhistas que incidem sobre a folha de pagamentos das empresas também teriam de ser significativamente reduzidos para diminuir a taxa de desemprego. Sem ferir direitos adquiridos, o trabalhador deveria ter a opção de ser admitido através de um contrato de trabalho sem submissão à CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Essa ultrapassada legislação, criada na década dos 1940, contribui espetacularmente para o trabalho informal. A flexibilização das leis trabalhistas e a negociação direta entre empregados e empregadores viabilizaria a criação de inumeráveis postos de trabalho.

PREVIDÊNCIA

• A previdência social teria de ser unificada, integrando os trabalhadores dos setores público e privado, visando a reduzir o seu déficit. As pensões e aposentadorias necessitariam ser limitadas a algo em torno de 20 salários mínimos, equivalentes hoje a R$ 7.600,00, para todos os trabalhadores. O próprio presidente da República, os ministros e os demais políticos deveriam se submeter a essa regra de abrangência universal. Além do teto, o complemento das aposentadorias ficaria sob responsabilidade exclusiva de cada contribuinte, que optaria, num sistema privado de previdência, pelo plano que melhor lhe conviesse.

COMÉRCIO INTERNACIONAL

• Com o objetivo de incrementar o comércio com outros países e blocos, a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul necessitaria sofrer uma redução para no máximo 6%. Atualmente, ainda há aliquotas de 30% que incidem sobre as importações, caracterizando uma estúpida reserva de mercado. A redução da TEC inseriria definitivamente o Brasil no comércio mundial. As empresas brasileiras teriam condições de introduzir avanços tecnológicos na produção e reduzir seus preços para, conseqüentemente, exportar e empregar mais. Essa medida liberalizante, que permitiria inclusive um maior equilíbrio na balança comercial, influenciaria na melhora da posição brasileira nas rodadas de negociação da OMC (Organização Mundial do Comércio).

CUSTO BRASIL E BUROCRACIA

• Os transportes - ferrovias, rodovias, portos e aeroportos - deveriam ser entregues à iniciativa privada, submetendo-se todas as modalidades a uma única agência reguladora. As estradas esburacadas e perigosas, os elevados custos do transporte rodoviário, a ineficiência dos portos, as crises do setor aéreo e a falta de investimentos no transporte ferroviário são conseqüência da péssima administração estatal.

• Cartórios deveriam ser extintos, sobretudo, para acabar definitivamente com a burocracia e o absurdo instituto da firma reconhecida.

Na ‘república brasileira de bananas’ uma assinatura não vale nada, a não ser que se pague por ela a um dono de cartório!

• Filas em repartições públicas, como em postos da previdência ou hospitais, deveriam ser proibidas por lei. É inadmissível que idosos precisem esperar em filas intermináveis por causa da incompetência de servidores e do descaso da administração. Para solucionar o problema bastaria investir na informatização e na qualificação do pessoal de atendimento. Enquanto o setor se aperfeiçoa, o sistema de hora marcada poderia acabar de forma instantânea com esse martírio.

Em São Paulo, uma lei estabelece multas para os bancos que obriguem seus clientes a esperar mais de 15 minutos na fila. Na véspera ou no dia seguinte a feriados prolongados, esse limite sobe para 25 minutos e em dias de pagamento de funcionários públicos, o tempo máximo na fila é de 30 minutos.


SAÚDE E EDUCAÇÃO

• Para resolver os crônicos problemas nas áreas de saúde e educação, bastaria a adoção de uma estratégia simples: políticos e seus familiares até segundo grau só poderiam fazer uso dos sistemas estatais. Isso quer dizer: filhos de políticos só estudariam em escolas públicas e suas mães só seriam atendidas em hospitais do governo.

Essa não seria uma medida liberalizante, mas necessária para a dramática diminuição das diferenças sociais. Os problemas nesses dois setores básicos - e em situação tão lastimável no Brasil - seriam resolvidos num prazo jamais visto. Dinheiro para isso certamente existe!

SEGURANÇA

• O problema penitenciário seria solucionado com a transferência dos complexos de cadeias para a administração privada. Empresas especializadas ofereceriam trabalho nas prisões, pelo qual os presos receberiam uma justa remuneração. Além disso, os criminosos pagariam através do seu trabalho pelos custos da cadeia. Teriam assim a chance de desenvolverem profissões que os habilitassem à reinserção no mercado de trabalho, depois de cumprida a pena.


Naturalmente, essa não é a plataforma política de nenhum candidato, mas seria salutar que o fosse. Os problemas brasileiros são complexos e muito mais seria necessário para reduzi-los. O que se deseja provar através desse texto e das propostas que se apresentam é que o Brasil tem jeito. Basta coragem e um pouco de audácia para adotar algumas dessas medidas.

O País poderia se transformar rapidamente em potência, aproveitando o ciclo de crescimento da economia mundial. Lamentavelmente, não existem 'sarkozys' disponíveis no mercado para serem importados. Sendo assim, que se invente um ... made in Brazil.


Durante o mês de maio, quando estávamos engajados na campanha de Nicolas Sarkozy para a presidência da França, nosso amigo e leitor
Francisco Guimarães (42) deixou um curto mas excelente comentário num post: “Sarkozy para presidente do Brasil”, dizia. Algumas semanas depois, outro leitor, Felipe Maciel (18), se manifestou curioso diante das soluções que poderiam existir para resolver problemas crônicos do Brasil. Após vislumbrar a posição do Brasil no
ranking mundial da desigualdade social calculado pela ONU, a sua frustração era nítida. Aproveito a oportunidade para agradecer aos leitores que inspiraram esse artigo.
mayer