25 de junho de 2007

Abertura: caminho para a prosperidade

-WTO: World Trade Organization
A semana começou com uma ótima notícia: países emergentes estão acordando para uma realidade muito distinta daquela adotada pelo governo brasileiro. Já está exaustivamente provado que a melhor alternativa para a erradicação da pobreza é a integração comercial.

Em nossa mais recente coluna WEEKLY NEWS, em três blocos de notícias, alertamos para o tema. Citamos o exemplo da Coréia do Sul que, através de maciços investimentos em educação, ciência e tecnologia, conseguiu fazer a transição de uma sociedade agrária para uma rica economia industrial. Através da elevação da competitividade externa, a nação asiática conquistou a riqueza e melhorou a distribuição da renda.

Leia os blocos “Idade Média”, “Na contramão” e “Vergonha” na última coluna WEEKLY NEWS

No Brasil, de contrapartida, os interesses político-partidários e a corrupção falam mais alto. Têm tanta importância que, travestidos de ”defesa dos interesses nacionais”, cooptaram a Índia e conseguiram travar o avanço nas negociações da Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio.
Leia o artigo da BBC Brasil abaixo.


O que está em jogo?


1º.) Alguns grandes empresários – que também são os maiores doadores de campanhas políticas – não desejam a abertura econômica, ou seja, a concorrência externa. Querem aumentar seus lucros e manter os negócios da forma que estão. Que vantagens teriam em vislumbrar as prateleiras do comércio abarrotadas de produtos importados de melhor qualidade e menor preço?


2º.) Latifundiários, que têm uma enorme bancada de representantes no Parlamento e são doares de altíssimas quantias nas campanhas eleitorais, desejam engordar os seus negócios com o comércio mundial. Exportam 'commodities' - produtos de baixo valor agregado -, que empregam cada vez menos, graças à mecanização do agronegócio. A única coisa que interessa a eles é a eliminação de barreiras agrícolas à importação, nos Estados Unidos e na União Européia.


O governo, para justificar a sua posição, usa argumentos ultrapassados – mas convincentes para a maioria dos mal-informados – dizendo que a concorrência internacional poderia causar desemprego, através do fechamento de empresas brasileiras e colocar em risco os superávits da balança comercial. Essa posição é muito cômoda. E faz sentido em países que não investem em educação e desenvolvimento de tecnologias, através do incentivo à pesquisa científica.


A intransigência e a defesa desses argumentos da esquerda jurássica explica-se por três razões: 1.) não interessa colocar em risco os negócios dos grandes financiadores de campanhas eleitorais; 2.) investir maciçamente em educação, ciência e tecnologia colocaria em risco programas assistencialistas como o Bolsa Família e vultosos projetos estatais como o PAC; 3.) sobrariam menos recursos para empregar funcionários em cargos de confiança.

Assim, apresentam-se duas opções: confiar nas iniciativas do estado ou na liberdade.
Seul, capital da Coréia do Sul: liberdade e prosperidade
Mesmo sob a ótica liberal o estado tem as suas atribuições, mas jamais a de assumir o lugar de empresário. Projetos assistencialistas só sustentam o populismo – jamais eliminam a pobreza!

Para distribuir riqueza, criar uma sociedade de elevados índices educacionais e desenvolver ciência e tecnologia é necessário que se tenha uma economia aberta e próspera. Esse nunca foi o desejo dos governos socialistas e corruptos. A História está aí para quem necessita de provas.


Emergentes propõem abertura maior do que Brasil e Índia na OMC

Um grupo de países em desenvolvimento apresentou nesta segunda-feira à Organização Mundial do Comércio (OMC) uma proposta alternativa que oferece uma abertura de mercado maior do que a defendida pelo Brasil para destravar a Rodada Doha.

O grupo é composto por México, Hong Kong, Tailândia, Peru, Colômbia, Chile, Costa Rica e Cingapura. "Chegou o momento de todos mostrarem a flexibilidade necessária para concluir as negociações no mais tardar até o início de 2008", afirma o documento.

A nova proposta é vista como uma espécie de racha entre os países emergentes, já que nem todos estariam adotando a mesma posição do Brasil. O texto indica que os países em desenvolvimento poderiam cortar suas tarifas de importação de bens manufaturados em taxas acima da que Brasil e Índia vinham sugerindo. Na foto, o presidente Lula da Silva ao lado do presidente da Índia, Abdul Kalam (E) e do primeiro-ministro, Manmoham Singh, em Nova Delhi.

Nova Déli e Brasília representaram os países em desenvolvimento em uma reunião ministerial na semana passada em Potsdam, na Alemanha. O objetivo do encontro, que também incluiu americanos e europeus, era de tentar desbloquear a Rodada Doha, lançada em 2001 e paralisada desde 2006. Mas sem um acordo, o processo fracassou e agora toda a Rodada poderá entrar em colapso se os 150 países não chegarem a um consenso até o final de julho.

'Flexibilidade'

O governo brasileiro insiste que aceitaria um coeficiente de corte de no máximo 30. Na prática, isso permitiria um corte de até 50% em suas tarifas de importação. Já os Estados Unidos e a Comissão Européia queriam uma redução das tarifas em pelo menos 58%, o que acabaria afetando setores considerados sensíveis no Mercosul.

Para o novo grupo, o coeficiente de cortes poderia variar entre 17 e 23. Em termos de redução de tarifas, isso significaria um corte de cerca de 55%. "O tempo está acabando, por isso precisamos encorajar nossos membros a mostrar flexibilidade nos próximos dias", aponta a proposta que agora será avaliada pelos 150 membros da OMC. "Demonstrações de flexibilidade têm sido raras", conclui o texto apresentado na OMC.
mayer

4 comentários:

Mauro Cesar Costa disse...

Oi Marcus, queria pedir desculpas por não te avisado so bre a F Bus, já teve a corrida, saiu resultado e classificação mas só agora pude te avisar, desculpa! Passa lá

Felipão disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Felipão disse...

Quando era pequeno e comecei a ter aulas de Geografia, já escutava à respeito do investimento que os governos dos países chamados de "tigres-asiáticos" estavam realizando.

Naquela época, esses países eram tratados com descaso e até com um pouco de pré-conceito: -mas, ahhh, Coréia?

Hoje, tudos aquilo que se comentou, à respeito dos investimentos em larga escala, priorizando, sobretudo, o cidadão, já repercute positivamente mundo a fora.

Agora, sempre que mencionam o país, me vem a cabeça tudo aquilo que foi comenta a cerca de 20 anos e nem demorou tanto para acontecer. Hoje, o país se tornou um centro capaz de exportar tecnologia para o mundo todo.

Mas, como foi bem colocado por você Marcus, vivemos em um país que só se interessa em atender os interesses daqueles mais previlegiados.

Isso até me motivou a lembrar da Volkswagen nesses dias. Há algum tempo atrás, a empresa ameaçou sair aqui da minha região, criando um pânico momentâneo.

Tudo porque, desde os anos 70, a região não soube investir o lucro captado pelas indústrias automotivas, em centros tenológicos e etc.

Nem mesmo estudaram uma possível transição de setor secundário para terciário (acho que imaginavam os robos como uma coisa utópica, hehehe)

Lembrando que essas indústrias permaneceram intocáveis com a economia fechada para as importações e não se preocuparam em interagir com as pessoas.

É isso. Também, o que experar de um país que não se preocupou em invesir no saniamento básico.

Inclusice, o senador Arthur Virgilio realizou um discurso muito inteligente no senado (algumas semanas atrás), citando o quanto o país poderia economizar em saúde pública com essa política.

Anônimo disse...

Concordo, o Estado não deve ter o papel de empresário até por que é mau patrão. Não consegue fiscalizar seus funcionários de forma eficaz.
Quanto ao trecho:No Brasil, de contrapartida, os interesses político-partidários e a corrupção falam mais alto.
Penso que é isto que acontece quando o Estado chega antes da Nação. Somos um povo que tem Estado, mas não é Nação.
Groo