30 de junho de 2007

Pela conservação da floresta

O "Programa do Jô", exibido pela TV Globo, na madrugada dessa sexta-feira para sábado, foi dedicado à Amazônia. Os três blocos de entrevistas foram oferecidos aos atores Christiane Torloni, Juca de Oliveira e Victor Fasano, para discorrerem a respeito de uma campanha pela preservação da floresta e da divulgação de abaixo-assinado que pretendem encaminhar à Presidência da República.

Nosso blog aderiu ao manifesto e deseja incentivar os seus leitores a fazerem o mesmo. Sugerimos que copiem o banner da iniciativa e o colem em seus respectivos blogs! Incentivamos também a leitura do espetacular texto de Juca de Oliveira, publicado abaixo.


Quando o ator Juca de Oliveira foi para o Acre no final de 2004 para gravar a minissérie “Mad Maria”, descobriu o Brasil da floresta e tomou consciência da gravidade da situação na região amazônica como um todo, muito além de Rio Branco: "eram imensas nuvens de fumaça que escondiam a devastação, transformando esse imenso patrimônio ambiental em pastagens e plantios de soja", declara o ator.

Durante a realização de outra minissérie, “Amazônia: de Galvez a Chico Mendes”, estreada em janeiro de 2007, quando a revolta dos atores Christiane Torloni e Victor Fassano, ao se defrontarem com a realidade do aniquilamento da selva amazônica, fez-se um clamor para iniciar um movimento de defesa da floresta.

Juca de Oliveira, em Mad Maria
Carta aberta de artistas brasileiros sobre a devastação da Amazônia
por Juca de Oliveira

Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três Estados de São Paulo. Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da temperatura do Planeta.
Vista aérea de queimada na Amazônia:mayer
Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos, ateiam fogo às suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias. Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver”, mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a devastação continua.

Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, como área a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para combustíveis alternativos ou então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica. Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico e como tratá-lo.
Transformação da Floresta Tropical em Cerrado
Um país que tem 165.000 km² de área desflorestada, abandonada ou semi-abandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais.

Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desacelerar os efeitos quase irreversíveis da devastação, segundo o que determina o § 4º, do Artigo 225 da Constituição Federal, onde se lê:

"A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais" Assim, deve-se implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal a interrupção imediata do desmatamento da Floresta Amazônica. Já! É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e história. SOMOS UM POVO DA FLORESTA!

mayer

4 comentários:

Anônimo disse...

Eu vi esta entrevista. Se tratam de pessoas serias, que já conquistaram seu lugar na midia. acredito que serja uma iniciativa muito louvavel e digna, mas...Sempre tem um...Os resultados só virão se o Governo Federal se mexer. E como ele não se mexe nem para afastar de junto de si coisas decididamente ruins, imagina se vai se mexer por algo tão bom e justo. A Amazonia é nossa, pena não sabermos preservar.
Groo

Marcus Mayer disse...

Caro Ron:

obrigado pelo seu comentário. Lamentavelmente, as esperanças de medidas governamentais adequadas são quase nulas.

Todavia, precisamos fazer algo. Acredito que, por enquanto, assinar o manifesto já seja uma pequena colaboração.

Divulguemos!

Felipão disse...

Ainda bem que podemos contar com pessoas importantes da sociedade, procurando, de uma forma ou outra, defender o futuro de nossos decendentes...

Tomara que as pessoas assinem o esse manifesto, tendo consciência que a situação, hoje, já está incontrolável...

Tenho medo do futuro à curto prazo já...

cavalgador disse...

o discurso emuito bom.mas a realidade e muito diferente ,ja que não querem que devastem a amazonia ,de condições destas pessoas sobreviverem sem desmatar as nossas florestas. não apenas chame estas pessoas as quais voces nunca conheceram a suas vidas seus esforços para sobreviver com ominimo de dignidade posivel.preucure conhecer antes de criticar